Desafio aos Deuses: um dos melhores livros para os investidores

O clássico de Peter Bernstein – Desafio aos Deuses, é um livro essencial para todos os amantes do mercado financeiro. A obra aborda de uma maneira singular toda a história do risco, remontando aos primórdios da estatística, a ciência base para quantificação do risco. Em um tempo que todas as perguntas estão facilmente na internet, Desafio aos Deuses traz histórias únicas que valem demais a leitura.
- Desafio aos Deuses: quando passamos a quantificar o risco?
- A evolução da administração do risco e dos métodos quantitativos
- Por que investidores devem ler Desafio aos Deuses?
Boa leitura!
Peter L. Bernstein
Sobre o autor
Desafio aos Deuses foi escrito pelo economista e historiador Peter L. Bernstein. Além desse sucesso, Peter escreveu outros livros que marcaram época, como Capital Ideas: The Improbable Origins of Wall Street.
Assim, a partir da formação do autor é possível ver como a obra será rica em detalhes históricos, algo que a torna diferente da maioria dos livros sobre finanças. Além de escrever livros, Peter atuou na sua empresa de consultoria econômica para investidores institucionais.
Desafio aos deuses
Quando passamos a quantificar o risco?
Em primeiro lugar, o título do livro já é bastante chamativo, fazendo despertar a nossa curiosidade em relação ao seu conteúdo, ora como assim “desafio” aos Deuses? Bom, antes da evolução das técnicas de mensuração e administração do risco, todos os acontecimentos incertos futuros ocorriam a partir da “vontade dos deuses”, o que nos tornava reféns de crenças que não tinham fundamento na prática. Como saímos dessa “idade das trevas” e desenvolvemos técnicas de gestão de riscos como a teoria das carteiras de Markowitz:
ou o modelo de precificação de opções Black-Scholes, o qual pode ser entendido com mais detalhes no nosso texto.
Assim, a evolução dessas técnicas no permitiram evoluir e quantificar de fato o risco envolvido nas operações com mais diversos ativos. Entretanto, algumas pessoas podem falar que “ah, ninguém utiliza isso na prática”, porém para a época, apenas a formalização de um modelo que prometia quantificar algo que até então estava a mercê da “habilidade” foi um grande avanço que abriu caminho para técnicas mais sofisticadas.
Nesse sentido, o livro faz um apanhado histórico com as principais personalidades envolvidas na evolução das técnicas de administração do risco. Nomes como Gauss, Bernoulli, Keynes, Knigth, Pascal, Von Neuman, Markowitz, Kahneman e Tversky, Fisher Black, Myron Scholes e Robert Merton fazem parte da obra.
Por usar alguns termos técnicos inerentes à estatística e econometria, a obra pode afastar os leitores com menos familiaridade com este assunto. Aqui talvez a obra pudesse ser apresentada em um formato mais parcimonioso, permitindo a todos os públicos a absorção completa do riquíssimo conteúdo de que o livro dispõe.
A evolução da administração do risco
Probabilidade e incerteza nos cercam em todas as nossas empreitadas. O risco é parte de qualquer empreitada humana. Desde o instante em que despertamos pela manhã, e nos deslocamos ao trabalho, até voltarmos para a cama, estamos expostos a riscos de diferentes intensidades” (DAMODARAN, 2009). Imagine então como quantificar e administrar a incerteza em nossas vidas. Quanto deve custar uma opção de compra ou de venda? Quanto deve custar um seguro de vida, a depender do perfil do segurado?
A obra resgata os primórdios da discussão sobre o controle de riscos, iniciada não nas formalidades da academia, mas por Pascal e Fermat elaborando as leis das probabilidades a partir dos jogos de azar, visto que estes representam o próprio ato de correr riscos. Antes de Pascal e Fermat, as pessoas simplesmente se entregavam ao acaso nesses jogos.
Dessa forma, hoje dispomos de técnicas para quantificação e administração do risco que nos ajudam a gerenciar as incertezas e subsidiar decisões. Instrumentos que permitem a criação de um “mundo ideal” idealizado por Keneth Arrow, onde tudo seria segurado. Isso permitiu a nossa sociedade a assumir riscos de uma forma controlada, visto que dispunha de ferramentas para gerenciar os riscos assumidos.
Por que investidores devem ler Desafio aos Deuses?
Desafio aos Deuses é uma excelente obra para todos os entusiastas do mundo das finanças e dos métodos quantitativos, e se você gosta de história, então essa obra vai te agradar bastante.
Por fim, em relação ao mundo dos investimentos, risco e incerteza vão ser companhias sempre presentes em nossa jornada como investidores, em praticamente todos os capítulos da obra, o mercado financeiro é utilizado como uma espécie de laboratório dos assuntos abordados. Questões como a regressão à média dos retornos das ações e aspectos comportamentais que fazem os investidores perderem dinheiro são de bastante relevância para todos os investidores.
Referências
DAMODARAN, Aswath. Gestão estratégica do risco. Bookman Editora, 2009.

Coordenador de Conteúdo | Cursos no TradersClub
Contador, Mestre em Ciências Contábeis. Foi professor/pesquisador do departamento de contabilidade da UFRN e atuou em contabilidade de S.A.
É investidor com base em análise fundamentalista.

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