Bradesco aposta no Next, parcerias para competir contra ‘Big Techs’

O Bradesco espera surfar na retomada do crédito neste ano e acelerar o crescimento do seu banco digital Next contra a ameaça de competição com grandes empresas de tecnologia, refletindo a preocupação dos grandes bancos brasileiros em como atender as novas gerações, menos apegadas à bancarização.
Em evento com investidores na terça-feira, o diretor-presidente Octavio de Lazari Jr disse que vê as fintechs mais como aliadas do que inimigas, citando as ‘Big Techs’ Google, Amazon e Facebook como uma fonte maior de preocupação para o Bradesco. Além de não descartar eventuais parcerias com empresas de tecnologia, o banco afirma que está atendendo este novo público por meio do Next, abrindo entre 7 mil a 8 mil contas por dia – sendo que 80% não são correntistas do Bradesco. Next já alcançou 800 mil clientes ativos.
“É esperado que o Next atinja o ponto de equilíbrio durante o segundo semestre, e a meta é alcançar 1,5 milhão de clientes em 2019. A média de idade dos clientes do Next é em torno de 25 anos e 30 anos”, observa Thiago Batista do Itaú BBA. O analista Luis Azevedo, da Safra Corretora, destacam os investimentos do Bradesco em plataforma aberta, além de parcerias com fintechs para melhorar a experiência do cliente, enquanto usufrui da vantagem de escala.
Para a XP Investimentos, “a canibalização entre os bancos é uma questão de tempo e os preços inevitavelmente vão cair no futuro”. No lado estrutural, os bancos lidam com temores sobre o aumento de forças competitivas, por conta da disseminação de fintechs, o que tende a impactar as margens de lucro no futuro. Do ponto de vista conjuntural, o setor projeta ventos favoráveis em razão do menor custo de capital, na esteira da redução do risco-país e sob a expectativa de avanço do crédito com o crescimento do PIB.
Neste contexto, Lazari apresentou perspectivas otimistas para este ano. “Omelhor momento para os bancos brasileiros ainda está por vir”, comentaram o analista do BTG Pactual, Eduardo Rosman, citando Lazari.
A equipe da XP prefere o Bradesco dentre os bancos privados, com recomendação de compra e preço-alvo de R$49, destacando a exposição “ao ciclo de crédito benigno para os próximos anos, especialmente no segmento de varejo. Além disso, o Bradesco oferece o maior potencial em relação à qualidade de ativos e queda de provisões”.
No mesmo sentido, o BTG Pactual elenca a ação do Bradesco como sua preferida dentre os bancos brasileiros. Safra Corretora tem recomendação ouperform, equivalente a compra, para a ação do banco, com preço-alvo de R$44; já o Itaú BBA, que também recomenda a compra para os papéis, atribui preço-alvo de R$54.
(Foto: Bradesco/Divulgação)