À espera de novo CEO, Cielo lança mão da tecnologia para combater concorrentes

— A expectativa pela nomeação de um novo diretor-presidente, a ação ON da Cielo teve sua maior alta intradiária em um ano, com sinais de que a empresa começa a fazer mudanças necessária para enfrentar a escalada na concorrência.
— Cielo, que divulgou ontem à noite resultados do terceiro trimestre abaixo do consenso, viu suas margens minguarem este ano – gerando uma queda de mais de 40% na ação ao longo do ano.
— CENÁRIO E GUIDANCE
- O diretor financeiro da Cielo, Clovis Poguetti, disse em teleconferência que a Cielo deve lançar vários produtos via apps; ele não deu detalhes.
- Os resultados refletiram o acirramento da concorrência nos segmentos de pagamentos e serviços, disse.
- A Cielo, ainda líder do mercado de adquirência, passou a enfrentar a concorrência agressiva de diversas empresas, o que levou à uma redução nas margens.
- Em julho, Eduardo Gouveia se demitiu como CEO, deixando a empresa à deriva, em um momento de reestruturação. Na semana passada, a companhia anunciou Paulo Caffarelli, ex-CEO do Banco do Brasil, como novo diretor-presidente. O Banco do Brasil é um dos dois principais acionistas da Cielo.
- Caffarelli é visto com cautela por não ser da área de tecnologia.
— REAÇÃO E ANÁLISE
- A ação subiu até 7,8% mais cedo, maior alta desde 31 de outubro do ano passado. Às 13h20, negociava a R$13,26, alta de 5%.
- BTG Pactual disse que os desafios da companhia incluem reduzir custos e aumentar a penetração no mercado pré-pago. Mesmo com a ação barata ante pares, não há catalisadores de compra no momento.
- Para Mirae Asset, o aumento da concorrência não deve mudar no curto prazo.
- Eduardo Guimarães, da Levante Investimentos, disse que os pontos ruins do resultado já estavam precificados; o surgimento de fatores positivos levou a um ajuste de posições por parte de investidores vendidos, impulsionando o papel.
- Para a XP Investimentos, a estabilização de algumas métricas indica que a Cielo começa a ver o reflexo de suas iniciativas em marketing e novos produtos.
— BALANÇO
- Sob a direção de Caffarelli a partir de novembro, Cielo reportou receita líquida de R$2,96 bilhões no trimestre, abaixo do consenso; o lucro também frustrou as expectativas.
- A companhia viu taxas de adquirência pressionadas e menor receita de aluguel de máquinas.
- O volume de débito contraiu 2,8% nos últimos doze meses, enquanto os pontos de venda ativos, assim como a base de POS, estabilizaram no trimestre.
- O resultado de aquisição de recebíveis, que responde por mais de um terço do lucro, seguiu caindo.
(Créditos da imagem: Divulgação/Olhar Digital)