CVM condena Unick, sócios e diretor a multas de R$12 milhões

São Paulo, 8 de dezembro – A Comissão de Valores Mobiliários, CVM, condenou a Unick Investimentos, seus sócios Leidimar Lopes e Alberi Lopes e o diretor financeiro da empresa, Fernando Lusvarghi, a multas de R$3 milhões cada, totalizando R$12 milhões, por oferta irregular de investimentos. A empresa é acusada de causar prejuízos a um milhão de investidores.
No julgamento do Colegiado, o relator do processo, o presidente da CVM, Marcelo Barbosa, reconheceu a distribuição irregular de investimentos, que prometiam altíssimos rendimentos para os investidores, sem que a empresa tivesse autorização para essa oferta.
Unick foi acusada de causar R$1 bilhão de prejuízo a investidores
A empresa é acusada de causar prejuízos estimados em até R$1 bilhão a cerca de um milhão de clientes em um esquema de pirâmide financeira. Com sede em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, a Unick foi alvo de uma operação da Polícia Federal em outubro do ano passado, a Lamanai, que terminou com a prisão de seus principais sócios e executivos, incluindo seu presidente, Leidimar Lopes.
O julgamento da CVM de hoje incluiu Leidimar e seu irmão e sócio, Alberi Lopes, donos da Unick, bem como o diretor jurídico, Fernando Marques Lusvarghi, que é também responsável pela S/A Capital, empresa que garantiria os valores aplicados na Unick em caso de quebra.
A Unick prometia ganhos de 3% ao dia ou dobrar o capital investido em seis meses. Quem indicasse novos investidores ganhava ainda uma parte do valor investido, estimulando a entrada de novos participantes no esquema para bancar os resgates dos participantes mais antigos. O negócio começou oferecendo investimentos em moedas no exterior por meio da Unick Forex, mas também em Bitcoins, que estavam na moda nessa época.
Unick mudou site e materiais após notificações da CVM
Depois de três avisos ao mercado por oferta irregular de investimentos pela CVM, a Unick mudou seu site e seus materiais e passou a informar que não oferecia investimentos e que trabalhava apenas com material educativo e que os ganhos dos investidores viriam da venda desses materiais. Até que, em agosto de 2019, a Unick parou de pagar os resgates dos investidores.
Antes, a empresa tentou desqualificar as acusações da CVM e chegou a exigir retratação da autarquia com os alertas ao mercado. Depois, tentou fechar um termo de compromisso com a CVM, pedindo sigilo do processo, no que não foi atendida.
Texto: Angelo Pavini
Edição: Letícia Matsuura
Imagem: Divulgação

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