Follow-on da BR Distribuidora não convence UBS, que rebaixa papel

A saída da Petrobras do capital da BR Distribuidora deve se dar por meio de uma oferta de ações e não de uma venda direta para um investidor estratégico, fazendo o negócio menos atraente para o investidor que detém os papéis da maior varejista de combustíveis do país, disse o UBS, que rebaixou a recomendação na ação para o equivalente a uma manutenção.
Segundo o analista Luiz Carvalho, o estatuto da BR Distribuidora prevê uma cláusula que, no caso de mudança de controle, poderia levar o comprador a ter que oferecer até R$40 bilhões para recomprar as ações das mãos dos minoritários. “Não vemos ninguém interessado em assinar um cheque desse tamanho e, portanto, achamos que uma redução na fatia que a Petrobras detém na BR Distribuidora é possível, porém sem abrir mão do controle desta última” disse em relatório.
A ação ON da BR Distribuidora recuava 1,74% às 12h45 desta sexta-feira, na contramão do mercado – o Ibovespa sobe 1,34% no mesmo horário. No ano, o papel acumula alta de 7,8%.
A estratégia da BR Distribuidora de enfatizar qualidade em vez de quantidade e lucro em vez de volume poderia funcionar num cenário de recuperação econômica mais robusta, mas, no momento, não tem apresentado resultados condizentes com a capacidade da empresa, disse Carvalho. Ele também cortou o preço-alvo da ação de R$29 para R$25, seguindo uma revisão nas estimativas do volume de vendas, que deve ser impactado pela lenta retomada da economia brasileira. No último trimestre, o EBITDA ajustado da BR Distribuidora apresentou queda de 26,8% na base anual.
Para Carvalho, a expectativa é que a Petrobras venda pelo menos 21,25% da BR; atualmente a estatal petroleira possui 71,25% da BR.
(Foto: Posto BR – divulgação)