Vale (VALE3) diz a investidores que focará em sustentabilidade e acordo por Brumadinho

São Paulo, 2 de dezembro – A Vale, código VALE3, disse na sua reunião anual de investidores que deverá focar no próximo ano em alcançar um acordo para as compensações da tragédia de Brumadinho e implementar uma agenda ambiciosa de ambiente, sociedade e governança, ESG na sigla em inglês, destacando que poderá pagar dividendos extraordinários independentemente da dimensão do acordo.
Acordo com Brumadinho não deve impedir dividendo extraordinário
De acordo com o diretor financeiro da Vale Luciano Siani, a projeção para o acordo sobre as reparações de Brumadinho deve ficar em torno de R$29,6 bilhões, valor acima do pretendido pelo governo de Minas Gerais, inclusive. A próxima audiência para discutir o acordo está marcada para 9 de dezembro.
Em relação ao possível pagamento de dividendo extraordinário, Siani ressaltou que não há nenhum obstáculo que impeça a Vale de realizar essa distribuição. “Acordo por Brumadinho não é impeditivo, é provável que haja pagamento extraordinário em 2021”, disse.
Avanço das ações ordinárias da Vale (VALE3) no ano
Após a fala, as ações arrefeceram as perdas, sinal de que o investidor acha que os problemas relacionados à tragédia poderiam ser endereçados com relativo sucesso. No ano, até ontem, o papel da segunda maior produtora de minério do mundo avança 55%, indicando que o investidor vê um balanço sólido, com dívida muito baixa, geração de caixa forte e disciplina de alocação de capital invejável. Nos últimos três meses, essa alta foi de 33,8%.

Expectativa para produção e retomada da Samarco
Em relação à meta de produção de 400 milhões de toneladas para 2022, o diretor de ferrosos, Marcelo Spinelli, disse que o aumento se dará por meio da expansão dos sistemas Norte, Sudeste e Sul. Segundo ele, a Vale também já tem planejado as contingências e o que fazer durante a estação chuvosa em 2021. Para o longo prazo, o executivo adiantou que a mineradora pretende produzir 450 milhões de toneladas de minério de ferro.
No quesito projetos, o destaque ficou por conta da retomada das operações da subsidiária Samarco nas próximas semanas. A Samarco, uma associação que a Vale tem com a rival BHP Billiton, também esteve envolvida em outro acidente, na cidade de Mariana, em novembro de 2015 e que é considerada a pior tragédia ambiental na história do país. Os executivos confirmaram ainda o início das operações de cobre em Salobo III em 2022 e a grande oportunidade no setor de níquel com expansão do carro elétrico.
Texto: Leandro Tavares
Edição: Angelo Pavini, Guillermo Parra-Bernal e Letícia Matsuura
Imagem: Vinícius Martins/TC

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