Livro Bege mostra economia americana mais fraca com vírus e fim de incentivos

São Paulo, 2 de dezembro – A atividade econômica continuou crescendo na maioria das regiões dos Estados Unidos de novembro para cá, mas em ritmo menor e de maneira mais desigual, com o emprego e as cadeias de produção refletindo o aumento dos casos de coronavírus, novas medidas de restrição e o fim do auxílio emergencial, destacou hoje o Livro Bege do Federal Reserve de dezembro.
O levantamento mensal feito pelo banco central americano mostra que a maioria dos 12 distritos pesquisados apresentou uma expansão econômica de modesta a moderada desde o estudo anterior.
Entretanto quatro dos distritos registraram pequena ou nenhuma melhora e cinco indicaram que a atividade segue abaixo do nível pré-pandemia pelo menos em alguns setores. Em alguns, como Filadélfia e outros três distritos, a atividade começou a desacelerar no começo de novembro com o aumento dos casos de Covid-19.
Os relatos do Livro Bege indicam que a recuperação é maior nos setores de manufatura, distribuição, logística, construção e imóveis. Mas os bancos detectaram aumento da inadimplência, especialmente em créditos para empresas de varejo, lazer e hotelaria, reforçando a expectativa de piora dos atrasos em 2021.
Mesmo assim, a maioria dos distritos diz que a perspectiva das empresas continua positiva, mas já sem o otimismo de antes, diante de preocupações com a nova onda da pandemia, com mais restrições e com o fim dos benefícios, causando mais moratórias e despejos.
Setor trabalhista e produção sofrem com nova onda de Covid-19
No emprego, a recuperação continua, mas em ritmo mais lento e de maneira incompleta. Algumas empresas estão tendo dificuldades para encontrar mão de obra, já que as escolas voltaram a fechar com a retomada da pandemia, o que afeta especialmente as mulheres que não têm onde deixar os filhos.
Há ainda o medo da pandemia, que aumenta o absenteísmo. Muitos distritos informaram que as empresas temem um aumento do desemprego no inverno, antes de uma nova retomada. Já a renda dos trabalhadores tem crescido em ritmo modesto.
A maioria das empresas detectou aumento moderado nos preços de seus fornecedores, levando a elevações também modestas nos preços ao consumidor. A volta da Covid-19 também atrapalhou as cadeias de produção, causando atrasos e elevando os custos de transportes, aumentos que foram repassados para os consumidores.
Texto: Angelo Pavini
Edição: Melina Flynn e Letícia Matsuura
Imagem: TC Mover

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