Agenda de investimentos 2021: Retomada de IPOs

A resiliência que as ofertas de ações mostraram em 2020 vai ser difícil de superar no ano que vem, em parte pelo receio dos investidores quanto à saúde fiscal do país no pós-pandemia do coronavírus e pelo temor de uma correção para cima na taxa de juros. Para gestores, banqueiros de investimento e analistas, o produto financeiro mais resiliente no Brasil tem sido as ofertas iniciais e subsequentes de ações, em grande parte, por conta da enxurrada de dinheiro vindo das pessoas físicas, que migraram da renda fixa para a renda variável de forma acelerada com a eclosão da pandemia. Com a crise emanada da Covid-19, o Banco Central estendeu o ciclo de cortes mais agressivo já visto na taxa básica de juros Selic, criando a sensação entre os brasileiros de que seu dinheiro não estava rendendo na poupança e na renda fixa.
No ano, foram mais de R$113 bilhões movimentados na B3 em ofertas iniciais e subsequentes, apesar do impacto da pandemia do coronavírus, os riscos associados ao caos fiscal e o exterior volátil, mostram dados da B3. Em termos de valores movimentados, este ano superou 2007 em IPOs, como as ofertas iniciais são conhecidas, e só perdeu de 2010 se contabilizadas as iniciais e as subsequentes juntas.
A visão predominante entre gestores, membros da comunidade TC e banqueiros é de que as ofertas de ações em 2021 serão muito mais dependentes do humor dos mercados do que neste ano, quando a pandemia e os remédios de política implementados para mitigar seus efeitos geraram uma enxurrada de liquidez global sem precedentes. A demanda por papéis novos ou por mais ações de empresas já listadas vai ser seletiva, cautelosa com o cenário financeiro no exterior, temerosa dos sinais dúbios da política e da condução do orçamento no Brasil e do comportamento do Congresso quanto à votação de pautas de ajuste fiscal e reformas. Uma Selic levemente mais alta pode até ajudar a trazer investidores internacionais de volta e afastar riscos de uma aceleração na inflação.

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