Alguns membros do Copom apoiaram alta da Selic em janeiro, diz ata

São Paulo, 26 de janeiro – A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, do Banco Central do Brasil veio mais severa do que o esperado. O documento trouxe a novidade de que, apesar da decisão unânime de manter a taxa básica de juros, Selic, inalterada, alguns membros já julgam que o início de um processo de normalização de juros parcial deveria ter começado neste mês.
Na ata divulgada hoje, esses membros do Copom, que não foram mencionados formalmente, pediram pela remoção do grau “extraordinário dos estímulos monetários” vigentes. Esse comentário aumenta a necessidade de se avaliar o balanço de riscos até à reunião de 16 e 17 março, disseram alguns economistas e analistas que acreditam que a ata de hoje elevou a chance de elevação da Selic na reunião de março.
Nesse período, serão divulgados o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, considerado a inflação oficial do BC, de dois meses, o Produto Interno Bruto, PIB, do quarto trimestre, assim como dados de emprego e a definição da eleição das mesas diretivas na Câmara e no Senado.
Copom espera próximos dados econômicos para decidir sobre taxa Selic
O BC admitiu que esperou os próximos dados sobre “evolução da pandemia, da atividade econômica e da política fiscal” para decidir os próximos passos da política monetária, ponderando que a espera traz mais benefícios do que custos.
O comitê reiterou que “perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia” e reforçou a mensagem do último comunicado do Copom, cuja decisão foi na quarta-feira passada, de que a manutenção da Selic em 2,00% ao ano teve caráter momentâneo para preservar o “grau extraordinariamente elevado de estímulo monetário”.
Texto: Bárbara Leite
Edição: Guillermo Parra-Bernal e Letícia Matsuura
Arte: Vinícius Martins/TC

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