Balanços e estímulo pautam mercados; ruído fiscal, CSN, Triple Play no radar: Espresso

São Paulo, 14 de outubro – O panorama para os mercados Brasil e mundo fora nesta quarta-feira continua pautado pelos mesmos assuntos de ontem, mas isso não ajuda a definir a direção dos preços dos ativos de risco.
A indefinição no programa de estímulo nos Estados Unidos se torna uma pedra no sapato do investidor, pois a demora adicional no fornecimento de socorro extra para consumidores e empresas na maior economia do mundo é um sinal ruim para a retomada global no pós-pandemia.
Os balanços trimestrais de hoje, que incluem os resultados e as teleconferências dos bancos Goldman Sachs e Bank of America, assim como da UnitedHealth e a United Airlines, devem reforçar esses alertas.
Já no Brasil, mesmo com o presidente Jair Bolsonaro de bico bem fechado, o ânimo continua pressionado pela política pouco condizente com o momento de estresse fiscal. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, em entrevista ontem à noite para a rede CNN Brasil, alertou mais uma vez para os riscos fiscais e seus impactos na política monetária.
A indisciplina dos políticos pode levar o BCB a retirar a orientação futura para a taxa básica Selic – mas isso não se traduziria em aumento imediato dos juros, que somente vão subir caso as expectativas de inflação estiverem acima da meta de 3,75% para 2021.
Entre os eventos de hoje, que não são poucos, destacamos a produção industrial na Zona do Euro, que veio em linha com o consenso; o relatório de petróleo da AIE; e os balanços americanos. O mercado mantém perspectiva de vitória da oposição na eleição presidencial americana a meros 20 dias do pleito, o que ajuda a manter a volatilidade sob controle.
Na agenda doméstica, fique de olho nos dados de volume de serviços em agosto, que devem mostrar recuperação na base sequencial. Como dizíamos lá em cima, destaca-se a questão fiscal, com os comentários de Campos Neto e outros altos funcionários do governo – e até uma carta ao Fundo Monetário Internacional por parte do ministro da Economia, Paulo Guedes, na qual promete devoção e fidelidade ao ajuste fiscal.
Os leilões do Tesouro e o limite definido nas operações compromissadas do BCB ajudam a aliviar a pressão nos juros. Mas bolsa e câmbio, especialmente, devem reagir ao fluxo de notícias na política.
Também preste atenção na possível oferta do BTG Pactual pela convalida sucroalcooleira Atvos, a precificação da oferta pública inicial da Triple Play e o balanço da CSN – primeiro da temporada julho-setembro e que deve vir bom, segundo os nossos contribuidores.

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