Bolsas oscilam com temor de restrições; no radar, estímulos, vírus, ata do Copom: Espresso

São Paulo, 14 de dezembro – As bolsas oscilaram bastante entre altas e baixas e fecharam sem uma tendência única hoje, com o Dow Jones Industrials, o S&P500 e o Ibovespa em queda e o Nasdaq em alta.
A animação inicial dos investidores com um possível acordo no Congresso americano para dividir o pacote de estímulos e aprovar logo o que já é consenso acabou sendo superada por sinais de novos impasses entre republicanos e democratas e pela expectativa de restrições de circulação mais duras na cidade de Nova Iorque, no momento que os Estados Unidos se aproximam da marca de 300 mil mortes por Covid-19.
Os anúncios de restrições na Alemanha e em Londres também aumentaram a cautela dos investidores, que percebem que, mesmo com o início da vacinação no Reino Unido semana passada e nos Estados Unidos hoje, o impacto da segunda onda do vírus na economia nos próximos meses será inevitável.
Os europeus acompanham ainda as idas e vindas da interminável negociação do Brexit, que caminha para uma saída sem acordo do Reino Unido. Nos EUA, a votação dos colégios eleitorais dos Estados deve confirmar a eleição de Joe Biden, mas não sem deixar um sentimento de divisão forte no país alimentada pela resistência do presidente Donald Trump e dos republicanos em aceitar a derrota, alegando fraude sem apresentar provas.
Novas restrições nos EUA podem influenciar na decisão monetária do Fed
Na terça-feira, a expectativa deve continuar em torno das discussões do pacote de ajuda no Congresso, que precisa ser aprovado esta semana, antes do recesso parlamentar americano. Novas restrições em grandes cidades e Estados americanos também preocupam e podem ter impacto nos índices de confiança e na decisão do Federal Reserve, que começa amanhã a última reunião de política monetária do ano. Sem ajuda fiscal, o Fed deve buscar em sua decisão na quarta-feira reforçar os programas de estímulos aos mercados.
Ata do Copom deve destacar preocupação com inflação
Na agenda de amanhã, destaque para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que deve explicar as mudanças no comunicado que acompanhou a decisão de manter os juros em 2,0% ao ano na semana passada.
A preocupação maior com a inflação deve ser destaque, a ponto de levar o Copom a retirar do texto a chance de novos cortes na taxa e sinalizar com o fim do sistema de projeção de juros a médio prazo, o forward guidance, já nas próximas reuniões.
As discussões no Congresso sobre as contas do governo no ano que vem, especialmente a prorrogação ou não do auxílio emergencial, e a disputa pelo comando da Câmara e do Senado também estarão no radar.
Texto: TC Mover
Edição: Letícia Matsuura
Imagem: TC Mover

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