Juro baixo eleva interesse por títulos de dívida de empresas

Com a taxa básica de juros, a Selic, no menor patamar histórico, em 6,50% ao ano, e o viés liberal do novo governo empurrando para baixo os juros futuros negociados no mercado, os retornos dos títulos públicos têm minguado. Simultaneamente, analistas chamam a atenção de investidores interessados em aplicações de renda fixa para oportunidades em títulos de dívida emitidos por empresas, as chamadas debêntures.
Assim como a queda da Selic reduziu a atratividade de papéis de dívida do governo, também deixou de ser proibitivo às empresas a opção de levantar recursos via emissão de títulos. De acordo com dados do BTG Pactual, as debêntures passaram a responder por 4,46% do total alocado em aplicações de renda fixa em novembro de 2018, ante 3% em 2016. Os títulos públicos, por sua vez, seguem representando 81% do total.
“Neste momento, a opção dos investidores é clara: títulos com tempo maior de duração e de emissores de alta qualidade. De fato, o percentual de debêntures emitidas por companhias classificadas como AA- ou mais cresceu para 98,8% de janeiro a novembro de 2018, ante 86,7% em 2017”, dizem os analistas do BTG Pactual, Carlos Sequeira, Bernardo Teixeira, Matheus Chermauth e Beatriz Watanabe, em relatório nesta terça-feira.
“Conforme os retornos de títulos do governo recuam, esperamos que os investidores coloquem mais e mais dinheiro em títulos corporativos”, acrescentam. Somente neste início de ano, empresas como Petrobras, Suzano, Iochpe-Maxion e Sonae Sierra anunciaram novas rodadas de emissão de debêntures.
(Foto: Mercados/Pixabay)