Sentimento pesado no Brasil e no exterior derrubam bolsa

As crescentes tensões geopolíticas e a cautela em relação à articulação para a aprovação da reforma da Previdência impactam o mercado brasileiro na manhã desta quinta-feira, com o investidor demandando maior prêmio de risco para deter a moeda e instrumentos de renda fixa e variável brasileiros.
A agenda de divulgações econômicas e corporativas era destaque, com a publicação dos números dos PIBs brasileiro e americano especificamente botando pressão no mercado. Às 10h55, o Ibovespa caía 0,50%, aos 96.830 pontos, após queda de 0,30% ontem. Os juros futuros subiam em bloco, mesmo com a divulgação do PIB fraco no Brasil, as perspectivas de corte de projeções para o crescimento econômico neste ano e manutenção da taxa básica de juros – ou um corte – entre os economistas. O dólar futuro subia 0,25% a R$3,7440.
O câmbio também subia com a divulgação dos números do PIB americano acima do consenso. A quarta leitura da atividade econômica nos Estados Unidos no trimestre mostrou crescimento sequencial de 2,6%, ante medição anterior de 3,4% e consenso de 2,2%.
Mundo afora, o petróleo cai, os futuros das bolsas americanas perdem terreno e o mercado europeu despenca após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terminar abruptamente a cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Um, sem fechar um acordo para a desnuclearização do país asiático. O recrudescimento das disputas entre Índia e Paquistão, assim como a divulgação do índice de atividade do setor industrial na China abaixo do consenso também afetam o sentimento.
“Os mercados abrem a quinta em clima ligeiramente negativo, acompanhando movimentação no exterior”, disse a casa de pesquisa Empiricus em post no Twitter. O resultado do balanço da Petrobras, que saiu de prejuízo para lucro no quarto trimestre, impulsiona as ações da petroleira – o único papel que sobe entre os mais líquidos da B3. Mesmo assim, a queda do petróleo no exterior limita a alta. O investidor está à espera dos comentários da administração da companhia em teleconferência, além da reunião da ANP sobre a renegociação da cessão onerosa.
(Foto: Donald Trump e Kim Jong Um/Dan Scavino Jr.)