Mansano: Investidor, prepare-se para a 'Super Quarta'!
Duas verdades para esta 'Super Quarta': cenário de política segue expansionista e países com juros altos contam com vantagem no agronegócio

Atualizado há 2 meses
Nesta semana teremos a decisão da taxa de juros tanto da economia americana quanto da brasileira e, por acontecerem no mesmo dia, chamamos de “Super Quarta”, que manterá o investidor atento para o reflexo dessas decisões no mercado financeiro.
O Federal Reserve, que divulga sua decisão às 16h, já sinalizou que a alta deverá ser de 25 pontos-base, elevando a taxa Fed Funds para 0,25%, enquanto a inflação americana ao consumidor atingiu 7,90% em doze meses, a maior desde 1982.
Porém, o mercado de trabalho, que o Fed também monitora para o cumprimento de suas metas, está quase no mesmo patamar de antes da pandemia, atingindo 3,80% em fevereiro deste ano, contra 3,50% em fevereiro de 2020.
Com isso, o Fed foca o mandato no controle da inflação. Na minha análise, o melhor é um remédio amargo, que significa um choque maior nos juros na reunião do comitê na próxima quarta-feira. A justificativa se sustenta em controlar a inflação o mais rápido possível, para que nos próximos meses não haja necessidade de mais aumentos de juros.
Já na segunda metade da “Super Quarta”, aqui no Brasil, começamos com o remédio amargo em março de 2021, quando o Comitê de Política Monetária decidiu subir a taxa de juros em 75 pontos-base e ainda aumentou o ritmo ao longo ano.
Mas, por aqui, a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, segue pressionada, explicada especialmente por algo que o investidor de outros países tem dificuldade em entender: a indexação.
Temos a alma indexada, mostrando que nosso passado inflacionário continua enraizado. No último IPCA, a principal pressão inflacionária foi a alta de 5,61% no grupo de educação, explicado pelos reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo.
Desta forma, ainda que tenhamos observado a maior pressão dos indexados no IPCA, além dos riscos da guerra na Ucrânia para os preços no Brasil, o Copom deverá manter a sinalização do último comunicado, subindo a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual e já avistando o fim do ciclo do aperto monetário.
De todo modo, o remédio amargo dos juros altos vai deixando de fazer efeito e, se continuar, sabemos que poderá colocar o gigante em coma.
Assim, sabemos haver duas verdades para o investidor que se prepara para esta “Super Quarta”: o mundo segue no cenário de política expansionista, com as economias desenvolvidas utilizando sua credibilidade monetária para seguir com cautela no aumento dos juros, e, a segunda, países com juros mais altos contam com a vantagem competitiva no agronegócio, que têm buscado maximizar seus ganhos no mercado internacional.
Coluna: Fernanda Mansano
Arte: Vinícius Martins / Mover
DISCLAIMER: As informações disponibilizadas na coluna são meramente opiniões da COLUNISTA na data em que foram expressas e não declarações de fatos ou recomendações para comprar, reter ou vender quaisquer títulos ou valores mobiliários, ou ainda, qualquer recomendação de investimento.
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