Dívida bruta e caixa das empresas não financeiras da B3 batem recorde, diz Economatica
Economatica mostra que a dívida bruta total consolidada de 264 empresas não financeiras listadas na bolsa ultrapassa R$1,3 trilhão

Atualizado há 5 meses
São Paulo, 6 de dezembro – Uma pesquisa da Economatica mostra que a dívida bruta total consolidada de um conjunto de 264 empresas não financeiras listadas na bolsa brasileira aumentou ao final do terceiro trimestre, ultrapassando a marca de R$1,3 trilhão, enquanto o caixa total do grupo somou R$559 bilhões no período, os maiores valores já registrados em ambos os quesitos desde o início da série.
O levantamento, elaborado com os dados entregues à Comissão de Valores Mobiliários, CVM, pelas empresas nos últimos 20 trimestres até o final de setembro, destaca ainda que a dívida total equivale a 27,3% do valor conjunto de mercado das companhias estudadas, que alcançou R$4,86 trilhões ao fim do terceiro trimestre de 2021.
Em setembro, a dívida bruta total das empresas atingiu R$1,32 trilhão, 5,49% superior ante um ano antes e alta de 11,63% quando comparada a de dezembro de 2020. O caixa, de R$559 bilhões ao final do terceiro trimestre, cresceu 10,31% em doze meses e 4,9% em 2021 até setembro.
Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica, diz que a dívida bruta total do grupo pesquisado ultrapassou a barreira de R$1 trilhão, pela primeira vez, no terceiro trimestre de 2019.
Já a dívida líquida encerrou setembro em R$769 bilhões, avanço de 2,25% e 17,08% nos mesmo intervalos comparados. “Em março de 2020, a dívida líquida ultrapassava a barreira dos R$700 bilhões e nos últimos sete trimestres ela ficou abaixo desse patamar somente em uma oportunidade no quarto trimestre de 2020, quando fechou com R$657 bilhões”, explica.
A dívida de curto prazo, segundo Rivero, está relativamente estável desde março. Em setembro, somava R$211 bilhões, 2,97% inferior ao do mesmo período de 2020 e 9,76% maior ante dezembro de 2020.
No terceiro trimestre, a evolução da dívida de curto prazo em relação à dívida bruta total das empresas ao longo dos vinte trimestres pesquisados foi a menor da série histórica, com 15,9%. “Significa que, do total das dívidas contraídas pelas empresas, somente 15,9% têm vencimento em 12 meses, a partir de setembro de 2021.” Rivero explica que a maior relação foi no segundo trimestre de 2017, com 28,7%.
Já a relação do caixa versus a dívida de curto prazo finalizou setembro em 165,1%, o segundo melhor dos últimos 20 trimestres. O maior foi no quarto trimestre de 2020, com 177,4%.
Dívida e caixa por setor
O estudo da Economatica mostra ainda que o setor com maior estoque de dívida bruta nos últimos cinco trimestres é o de energia elétrica, dos 24 que compõem a pesquisa, com R$304 bilhões distribuídos por 35 empresas listadas, ao final de setembro. O de alimentos e bebidas, com dez empresas, vem a seguir, com R$158 bilhões.
O setor químico apresentou a maior redução do estoque de dívida na comparação do terceiro trimestre deste ano com o de 2020 em termos percentuais, caindo 23,5% para R$36,09 bilhões em setembro, enquanto o de locadoras de automóveis registrou a maior alta, de 62,3%, a R$32,96 bilhões.
O setor de energia elétrica também é o que acumula o maior caixa, com R$85,2 bilhões, em setembro. Em seguida, vem o de alimentos e bebidas, com R$77,9 bilhões. Software e dados foi o ramo que viu mais o seu caixa crescendo, em termos percentuais, na base anual, em 120,8%, para R$11,4 bilhões, sendo acompanhado pelo de siderurgia e metalurgia, com 18 empresas e alta de 71,3%, a R$36,08 bilhões.
“O setor têxtil tem o maior recuo, com queda de 32,1%, seguido por educação, com queda de 28% entre o terceiro trimestre de 2020 e 2021.”
Petrobras
De todas as empresas listadas na B3, independente da amostra das 264 empresas do levantamento, a Petrobras, excluída do estudo por ter um perfil que distorce as análises, é a companhia mais endividada, afirma a Economatica, com R$324 bilhões ao final de setembro, seguida pela JBS, com R$84,3 bilhões.
Mas a petroleira é também a que tem maior volume de caixa, entre as empresas não financeiras listadas, com R$62,3 bilhões 17,37% inferior ante um ano atrás. A mineradora Vale e a fabricante de proteína animal JBS seguem a lista, com alta de 18,37% e 9,61%, para R$59,05 bilhões e R$24,47 bilhões, respectivamente.
“A empresa com maior crescimento de caixa é a CSN Mineração, com aumento de 323,04%, para R$12,04 bilhões, seguida pela Cosan, com crescimento de 22,56%, para R$15,62 bilhões.”
A dívida bruta total da Petrobras caiu 27,8% na comparação dos terceiros trimestres e 17,43% em 2021, e é a segunda menor nos últimos 20 trimestres. “A menor foi no segundo trimestre de 2021, com R$318,6 bilhões e a maior foi no segundo trimestre de 2020, com R$499,6 bilhões.”
Texto: Iolanda Nascimento
Edição: Maria Luiza Dourado
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