3R Petroleum despenca após balanço com bônus aos colaboradores
"Fico surpreso com a reação de alguns a programa que deveria ser visto como algo que alinha administração", disse presidente da 3R Petroleum

Atualizado há 3 meses
São Paulo, 23 de fevereiro – As ações da 3R Petroleum despencaram mais de 10% após a divulgação do balanço, o que foi atribuído pelos executivos da empresa à insatisfação de parte do mercado com um bônus aos colaboradores, que ajudou a derrubar margens no último trimestre e gerou comentários negativos de alguns analistas. O papel fechou o pregão com um tombo superior a 12%.
“Fico surpreso com a reação de alguns a um programa que deveria ser visto como algo que alinha a administração e a força de trabalho aos acionistas. Sou sincero, fico surpreso”, disse o diretor-presidente da petroleira, Ricardo Savini, em teleconferência de resultados nesta quarta-feira. “O bônus é basicamente atrelado à performance da companhia em 2021, que foi — no meu entender, pelo menos — espetacular”.
Segundo o diretor financeiro da 3R Petroleum, Rodrigo Pizarro, o pagamento aos trabalhadores foi de US$5 milhões, divididos entre mais de 200 profissionais, incluindo não só a diretoria, mas também gerentes e técnicos, como engenheiros e geofísicos. “Não é um volume absurdo, não é um volume fora da realidade”.
A assinatura em janeiro de contrato para aquisição do Polo Potiguar junto à Petrobras foi “um sonho de consumo” para a 3R, que via esse ativo como o mais estratégico dentre os colocados à venda pela estatal, disse Pizarro. “Estamos avaliando oportunidades de financiamento e avaliando oportunidades de parceria”, disse ele sobre o ativo.
Quando integrar o Polo Potiguar às suas operações, a 3R passará a ter capacidade para exportar 90% de sua produção de petróleo, ou 74% da produção total da companhia, uma vez que o ativo contempla infraestrutura incluindo terminal de exportação e importação.
“Trouxemos para a companhia um ativo com capacidade de pelo menos dobrar a geração de óleo, a geração de EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização], em uma aquisição com um múltiplo extremamente atrativo”, disse Pizarro. O negócio envolve US$1,38 bilhão, ou US$3,5 dólares por barril de óleo equivalente em reservas 2P. A transação deve ser concluída no primeiro semestre do ano que vem.
A companhia também está perto de concluir as compras do Polo Recôncavo e do Polo Fazenda Belém, que devem ser aprovadas pela Agência Nacional do Petróleo nas próximas semanas, segundo Savini. A aquisição do Polo Peroá pode ser fechada até o final de março.
A 3R Petroleum foi a empresa que mais de destacou na disputa por desinvestimentos da Petrobras, ao vencer nove processos, contra três do rival mais próximo. No Polo Macau, o primeiro adquirido pela companhia, a produção foi ampliada em 58% desde meados de 2020. Apenas em janeiro houve elevação de 13% ante dezembro. “Continuamos nossa curva de crescimento”, disse Savini.
Desempenho das ações da 3R Petroleum
Os papéis da companhia (RRRP3) derreteram 12,49% cotados a R$31,59, liderando as quedas percentuais no Ibovespa e na maior desvalorizarão da história das ações da 3R Petroleum, que estrearam na B3 em novembro de 2020. O índice acionário brasileiro encerrou o pregão em queda de 0,78%, aos 112 mil pontos.
Para acompanhar o desempenho das empresas listadas na bolsa brasileira, basta acessar o TC Matrix, ferramenta gratuita do TC.
Texto: Luciano Costa
Edição: Felipe Corleta, Gabriela Guedes e Letícia Matsuura
Imagem: Vinícius Martins / Mover
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