Análise: O que o emprego nos EUA tem a ver com os juros
O banco central americano tem um mandato duplo, com metas de inflação, mas também responsabilidade na geração de emprego nos EUA

Atualizado há 4 meses
São Paulo, 7 de janeiro – Imagino que você, investidor, já se deparou com análises dos economistas correlacionando dados de emprego nos Estados Unidos com a decisão do Federal Reserve, banco central americano, frente à política monetária, ou seja, os juros nos EUA.
Não por menos, essa é uma relação importantíssima para a política monetária, cujo objetivo pode ser encontrada no próprio site do Fed. Na tradução literal: “a política monetária nos Estados Unidos compreende as ações e comunicações do Federal Reserve para promover o máximo de emprego, preços estáveis e taxas de juros moderadas de longo prazo – as metas econômicas que o Congresso instruiu o Federal Reserve a perseguir”.
Assim, podemos verificar o que conhecemos por mandato duplo do banco central americano, com metas de inflação e, em simultâneo, fomento a geração de emprego no país. Nesse contexto, os dados do mercado de trabalho são tão importantes quanto a inflação.
Assim, o cenário para a inflação nos EUA apresenta-se na casa dos 6%, muito acima da meta de 2% e sem dúvida pressiona o Fed a aumentar os juros americanos. Contudo, o mercado de trabalho sofreu significativas perdas na pandemia e a sua recuperação tem sido observada desde então.
Últimos dados de emprego nos EUA
Os dados de hoje do Payroll trazem a criação de 199 mil empregos urbanos em dezembro, abaixo das estimativas do mercado, que eram de 400 mil.
O que explica esse resultado é que atualmente o trabalhador americano tem dado preferência ao trabalho integral, frente ao trabalho parcial. Fato esse que nos mostra que a taxa de desemprego chegou a 3,9%, frente a estimativa de 4,1%, com tendência de crescimento em setores de lazer e hospitalidade, em serviços profissionais e empresariais, na manufatura, na construção e logística.
Assim, frente à melhora sustentada no mercado de trabalho, podemos concluir que o duplo objetivo do Fed, inflação e emprego, tem sido atingido em parte através da melhora do mercado de trabalho, este que exigiu uma política mais expansionista, de juros baixos.
Agora, vamos observar a política monetária contracionista do Fed, através do aumento dos juros. Nossa estimativa é que haverá três aumentos dos juros neste ano, visando o controle da inflação ao longo do tempo.
Texto: Fernanda Mansano, economista-chefe do TC
Edição: Guilherme Dogo e Stéfanie Rigamonti
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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