Anbima aponta pouca implementação de ESG em instituições financeiras do mercado de capitais brasileiro
Bancos e gestoras de maior porte são as principais instituições com políticas ESG implementadas, segundo estudo da Anbima

Atualizado há 4 meses
São Paulo, 13 de janeiro – Apenas 18% das instituições financeiras do mercado de capitais brasileiro têm implementadas práticas de ESG, sigla em inglês para inciativas de cunho ambiental, social e de governança. A informação é de um estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, Anbima, com 900 instituições entre gestoras, bancos, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
Entre as que têm políticas implementadas, há maior participação de bancos e gestoras de maior porte. Perfis de menor maturidade no entendimento e tratamento do assunto, chamados pela pesquisa de “desconfiados e distantes”, representam 40% dos entrevistados e são formados, principalmente, por instituições de menor porte.
A maioria dos pesquisados atribuiu alta relevância ao tema. Cerca de 86% deram notas de 7 a 10 à importância de práticas ESG. No entanto, essas instituições se encontram em diferentes estágios de maturidade no que diz respeito à adoção dessas ações.
Embora uma parcela relevante tenha indicado já ter implementado diversas práticas, a pesquisa mostrou que a maior parte ainda está iniciando este processo ou apenas tem planos de aderir à agenda, mas sem algo concreto planejado.
Reconhecer a importância da sigla não significa ter ações concretas dentro das suas instituições. Apenas 26% das gestoras e 43% dos bancos disseram tratar da sustentabilidade em seus códigos de conduta.
Relevância no último ano
Em 2020, o diretor-executivo da gestora BlackRock, Larry Fink, registrou em sua carta anual que empresas sem compromisso com a sustentabilidade estariam fadadas a ficar sem capital.
Fink estava certo. Segundo relatório da consultoria PwC, 77% dos investidores europeus, por exemplo, devem parar de consumir produtos sem agenda ESG nos próximos dois anos.
Em 2021, impulsionada pela pandemia de covid-19, a sustentabilidade ganhou maior importância para as instituições e o cenário não é passageiro: de acordo com 52% dos entrevistados, o tema terá ainda mais relevância nos próximos 12 meses.
Critérios ESG
Entre os critérios que integram a agenda ESG, 92% das gestoras afirmaram à Anbima que a transparência e a ética, que fazem parte do guarda-chuva de governança, são os fatores mais considerados em suas análises de investimentos.
Na pauta ambiental, o destaque vai para o uso de recursos naturais, tecnologia limpa e poluição. Já no campo social, os direitos humanos são os mais examinados.
Critérios relacionados à diversidade, como políticas de inclusão e composição do conselho de administração, recebem menos atenção dos gestores.
Texto: Fernanda de Almeida
Edição: Gabriela Guedes
Imagem: Vinícius Martins / Mover
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