Aumento da Selic não deve impactar os fundos imobiliários, diz diretor da Sequoia
A provável decisão do Copom de elevar a taxa básica de juros em 100 pontos-base não vai impactar os fundos imobiliários, diz Fábio Idoeta

Atualizado há 8 meses
Rio de Janeiro, 22 de setembro – A provável decisão de hoje do Comitê de Política Monetária, Copom, de elevar a taxa básica de juros, Selic, em 100 pontos-base, a 6,25%, não vai impactar os fundos imobiliários. É o que afirmou hoje o diretor financeiro e de relacionamento com o investidor da Sequoia Properties, Fábio Idoeta, durante entrevista na TC Rádio.
“Enquanto as taxas de juros estiverem em patamares saudáveis, os fundos imobiliários vão continuar crescendo e prosperando, pois o setor não necessita de taxas muito baixas para prosperar”, avaliou Idoeta. Ainda assim, o diretor da Sequoia pontuou que é inegável que qualquer aumento da taxa Selic tem impactos no setor, com os investidores buscando melhores alternativas.
Em meio a um cenário de inflação muito elevado em 2021, com uma sequência de choques na economia, Fabio Idoeta comentou que o fundos imobiliários foram fortemente afetados. Esse impacto foi puxado pelo custo acelerado de insumos, sobretudo, no setor de desenvolvimento, que contempla os imóveis a serem construídos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, o custo da construção subiu 0,56% em agosto, acumulando uma alta de 11,37% em 2021 e de 17,05% nos últimos doze meses.
Fundos imobiliários têm atraído os brasileiros
Fábio Idoeta acredita que o brasileiro tende a investir mais no setor imobiliário, visto que o país oferece um cardápio mais diversificado, se comparado ao mercado americano, em que mais de 90 milhões investem em um produto que é conhecido há décadas. De acordo com Idoeta, o mercado nos Estados Unidos é 50 vezes maior que o brasileiro, representando 2% do tamanho.
“Os fundos imobiliários são relativamente novos na carteiras dos brasileiros, próximo hoje a atingir a marca de 1 milhão de investidores, com a maioria esmagadora olhando para o setor nos últimos dois ou três anos. O investidor médio ainda não teve oportunidade, vivência, de entender como o produto se comporta”, explicou.
Como consequência, o diretor afirmou que, conforme o investidor brasileiro vai ficando mais experiente no setor, a Sequoia pode, inclusive, rever a sua estratégia de mercado. Idoera pontuou que o fundo quer tornar mais acessível a entrada nesse mercado.
Pandemia e o mercado imobiliário
Sobre o impacto da pandemia da Covid-19 no mercado imobiliário, Fábio Idoeta comentou que a logística foi o eixo que mais se beneficiou com a crise sanitária. Afinal, os brasileiros ficaram mais confortáveis de fazer compras por meio do mercado de e-commerce. Porém alertou que o setor precisa se adequar para que os preços do transporte não impactem muito nos custos para o consumidor.
Por outro lado, a pandemia prejudicou o eixo dos escritórios, reduzindo centros antes consolidados e, especialmente, lojas de ruas, que permaneceram fechadas durante meses. Mesmo assim, Idoeta disse que não houve aumento expressivo de preços e de vacâncias de imóveis considerados mais desejados.
Texto: Cintia Thomaz
Edição: Guilherme Dogo e Stéfanie Rigamonti
Arte: Vinicius Martins / Mover
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