Bank of America eleva projeção da taxa Selic em fevereiro
O banco americano vê aperto na taxa Selic de 150 pontos-base, diante da ausência de sinais sobre eventual moderação do ritmo da alta de juro

Atualizado há 4 meses
Brasília, 25 de janeiro – O Bank Of America revisou sua projeção para a próxima decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, em fevereiro, diante da ausência de sinais sobre eventual moderação do ritmo de aperto da taxa básica de juros, a Selic, passando a projetar, agora, alta de 150 pontos-base, ante previsão inicial, de 100 pontos-base.
Ainda na análise do BofA, em relatório assinado pelo economista David Beker, o Copom não deve comprometer-se, no comunicado da decisão, com uma nova alta de mesma magnitude na reunião de março. “Em nossa visão, a melhor estratégia seria trazer um tom dependente de dados, afirmando que o BC vai monitorar a evolução do cenário para decidir os próximos passos monetários.”
Assim, ao fim do ciclo de alta dos juros, a instituição calcula que a taxa Selic terminal deve alcançar nível de 11,25%. Dessa forma, apesar de projetar elevação da Selic em 50 pontos-base na reunião de março, o BofA informa que pode recalibrar suas estimativas, dependendo da linguagem utilizada pelo BC em seu comunicado e na ata, reconhecendo os riscos de maiores apertos.
Para maio, quando o comitê volta a reunir-se, o BofA entende que a inflação, na base anual, deve reportar declínio, enquanto a atividade econômica mostrará fraqueza. Espera, também, que as bandeiras tarifárias de energia elétrica concedam “algum alívio” para a inflação na base mensal.
“Elevações de juro para além de maio aumentariam o risco de não alcançar a meta de inflação em 2023 e também implicariam em elevados custos para a atividade econômica adiante.” Apesar disso, o banco reconhece que os preços do petróleo ainda constituem um fator de risco.
O banco americano entende ser muito improvável que o BC estabeleça cortes de juros já neste ano, embora a curva local já precifique reduções. Os analistas mencionam como incertezas o aperto monetário a ser promovido pelo Federal Reserve, bem como o processo eleitoral no Brasil, com suas consequências políticas.
Texto: Gabriel Ponte
Edição: Renato Carvalho
Imagem: Mover
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