Bank of America vê guerra na Ucrânia beneficiando agronegócio e metais do Brasil
O Bank of America estima que a atividade econômica brasileira avance 0,50% neste ano, além de revisar a inflação de 5,00% para 6,50%

Atualizado há 2 meses
Brasília, 9 de março – O Bank of America avaliou nesta quarta-feira que a economia brasileira, em conjunto com outros países latino-americanos, se beneficia do choque combinado dos termos de troca ligados ao agronegócio e aos metais em decorrência da guerra na Ucrânia.
Em relatório, analistas da instituição destacaram o choque positivo para o Brasil em decorrência da alta dos preços das commodities e mencionaram, diretamente, as exportações de minério de ferro, uma das pautas do país.
A equipe do Bank of America destacou, porém, que a alta do barril de petróleo no mercado internacional tem efeito limitado sobre o Brasil, que importa derivados do produto. O documento cita Colômbia, Equador e Venezuela como os mais favorecidos no atual cenário, por serem exportadores da commodity.
Sobre o Brasil, os analistas avaliaram o mercado acionário local como a “melhor tática defensiva”, em razão da composição majoritária de ativos dos setores de Commodities e Finanças. Eles afirmaram que a bolsa local encontra-se “subvalorizada” pelos players globais, e tende a ser beneficiada pela rotação global.
No relatório, o Bank of America elegeu o real e o peso colombiano como candidatos a superarem o peso chileno, mexicano e a divisa peruana entre as moedas, mesmo com as eleições presidenciais nos dois países neste ano. Os analistas da instituição também aprovam a posição vendida em euro ante o real.
“O euro deve continuar enfraquecendo, já que a Europa continua sendo o epicentro do choque”, complementaram, destacando que a trajetória do dólar norte-americano permanece incerta.
Inflação
Ainda que o conflito seja de natureza estagflacionária para a economia global, o BofA entende haver riscos altistas de crescimento para o Brasil neste ano, decorrentes, por exemplo, da valorização do preço das commodities, mas destacou, entretando, que essa trajetória pode pressionar a dinâmica inflacionária.
O Bank of America estima que a atividade econômica avance 0,50% em 2022 e 1,80% em 2023 no Brasil, além de ter revisado a projeção para a inflação oficial brasileira, o IPCA, deste ano de 5,0% para 6,50%. O centro da meta perseguido pelo Banco Central, neste ano, é de 3,50%, com tolerância de 1,50 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para o ano que vem, o Bank of America elevou a projeção do IPCA, a 4,00%, ante 3,50%, também acima do centro da meta, de 3,25%.
O banco também elevou a estimativa para a taxa básica de juros, a Selic, terminal neste ano de 12,25% para 13,25%. O BofA prevê, agora, que o Comitê de Política Monetária eleve a taxa básica de juros brasileira em 100 pontos-base nas reuniões de março e maio, e realize uma alta final, de 50 pontos-base em junho.
O banco também passou a projetar a Selic em 10,50% ao fim de 2023, ante estimativa de 9,50%.
Texto: Gabriel Ponte
Edição: Gabriela Guedes e Letícia Matsuura
Imagem: Mover
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