Brasil lidará com desafios fiscais em 2022, segundo Fitch Ratings
Brasil deve ter elevação da dívida bruta ao patamar de 83% do PIB neste ano, projetou a agência de classificação de riscos

Atualizado há 3 meses
São Paulo, 31 de janeiro – Apesar da rápida consolidação em 2021, reforçada pelos dados mais recentes, o Brasil lidará com desafios fiscais em 2022, projetou a agência de classificação de riscos Fitch Ratings, em relatório publicado nesta segunda-feira.
De acordo com a Fitch, elevação da dívida bruta do país ao patamar de 83,0% do Produto Interno Bruto neste ano, após encerrar 2021 a 80,3% do PIB, conforme os dados mais recentes reportados pelo Banco Central nesta manhã.
Em 2021, o setor público consolidado, composto por Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras, reportou superávit primário de R$64,7 bilhões, equivalente a 0,75% do Produto Interno Bruto, no primeiro resultado positivo desde 2013, reportou o BC.
Segundo a Fitch, as reduções do déficit primário, e da dívida, serão temporárias, em decorrência de condições financeiras mais duras, bem como gastos mais elevados, possibilitados pelas mudanças promovidas nos cálculos do Teto de Gastos.
A agência cita, como fatores de risco fiscal, a possibilidade de um menor crescimento da atividade ante o previsto, custos de empréstimos, além de um aumento imprevisto dos gastos públicos caso a pandemia da covid-19 apresente trajetória de piora, bem como estudos, pelo governo, de eventual corte de imposto sobre combustíveis.
“Pagamentos acima do previsto dos precatórios em 2022, e um aumento salarial maior que o previsto da folha do setor público também podem impactar a performance fiscal.”
Discorrendo sobre as eleições presidenciais de outubro, a Fitch afirma observar que a aproximação do pleito agrava a incerteza política e os riscos para o crescimento da atividade diante de qualquer deterioração no apetite dos investidores.
Para este ano, a Fitch projeta crescimento de 0,50% da atividade, com a inflação encerrando acima da meta perseguida pelo Banco Central do Brasil, de 3,50%.
Texto: Gabriel Ponte
Edição: Allan Ravagnani e Letícia Matsuura
Imagem: Vinícius Martins / Mover
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