Construção civil precisa acelerar lançamentos para alimentar ciclo positivo, diz CBIC
A alta nas taxas de juros terá impactos negativos sobre as construtoras em 2022, avalia a Câmara Brasileira de Construção Civil

Atualizado há 6 meses
São Paulo, 13 de dezembro – O Produto Interno Bruto da construção civil deve crescer 2% na base anual em 2022, após alta de 8,8% no acumulado de janeiro a setembro deste ano, como impacto de uma base de comparação mais fraca em 2020. Os dados são da Câmara Brasileira de Construção Civil, CBIC, divulgados durante teleconferência hoje.
A alta no PIB deve ser puxada por negócios já em andamento, avalia a CBIC. Segundo a entidade, as construtoras precisarão “alimentar” o ciclo positivo por meio de novos lançamentos.
A alta nas taxas de juros terá impactos negativos sobre a construção civil em 2022, avalia a CBIC, com maior peso sobre a habitação popular. A entidade vê a alta da informalidade no trabalho, renda deprimida e inflação impactando o segmento de construção voltado para baixa renda.
A CBIC está em conversas com o governo federal para avaliar novas medidas de subsídio para que o segmento de baixa renda volte a se aquecer, disse o presidente da CBIC, José Carlos Martins. Segundo o dirigente, uma nova reunião com o ministro Paulo Guedes deve acontecer nesta semana.
Aumento de custos
A trajetória de alta nos custos dos insumos da construção civil ainda não dá sinais de arrefecimento, disse a economista do banco de dados da CBIC, Ieda Vasconcelos, e deve trazer mais aumentos no preço dos imóveis no ano que vem. O INCC, índice que mede a inflação do setor, cresceu 23,26% entre janeiro e novembro, maior patamar da história do real.
O aumento de salários deve ser o principal catalisador do aumento dos custos da construção civil em 2022, diz a CBIC, com impactos da inflação. Sobre os materiais, o economista Robson Gonçalves disse que o setor ainda torce por uma queda nos preços das commodities, que pode acontecer caso a economia global não sofra novos choques.
A geração de novas vagas de emprego com carteira assinada mais que dobrou entre 2020 e 2021, chegando ao maior patamar dos últimos 10 anos, disse a CBIC.
Para 2022, a CBIC vê queda na renda real, alta dos juros, redução do ritmo de atividade e maior percepção de incertezas no ano eleitoral como fatores negativos para a construção. Na ponta positiva, estão a compra de imóveis como ativos mais seguros de investimento e o aumento dos investimentos em infraestrutura tanto da iniciativa privada como pelo setor público, com eleições no radar.
Texto: Gustavo Boldrini
Edição: Karine Sena e Stéfanie Rigamonti
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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