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Atualizado há mais de 3 anos
As limitações da política monetária como ferramenta para injetar dinheiro e socorrer a economia global em caso de desaceleração acentuada estão se tornando fonte de preocupação, em meio à intensificação do risco de piora nos preços dos ativos em todo o mundo, disse hoje o mais bem-sucedido gestor de hedge funds do mundo no Fórum Econômico de Davos.
Para Ray Dalio, sócio-fundador e presidente da Bridgewater Associates, que tem cerca de US$160 bilhões sob gestão, o momento de maior antagonismo político e social complica a situação. Juros baixos na Europa e no Japão encurtam o espaço de ação adicional dos bancos centrais para estimular a atividade. Simultaneamente, falta sincronia, já que os Estados Unidos começaram a subir os juros. Agora, membros do Federal Reserve sinalizam uma pausa no ciclo, atentos aos indicadores e às incertezas globais.
Os temores com as perspectivas para a economia mundial foram o tema principal do primeiro dia do Fórum em Davos, com a maioria dos painelistas declarando que uma queda na atividade global estava em andamento, porém sem riscos iminentes de uma recessão. De quebra, EUA e China trabalham para resolver um impasse no comércio, ao passo que o PIB chinês cresceu 6,6% em 2018, o menor ritmo desde a década de 1990. O FMI já revisou para baixo sua projeção para a expansão mundial neste ano, de 3,7% para 3,5% – a menor expansão em três anos.
“Então, a próxima desaceleração na economia me preocupa mais”, disse Dalio durante um painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta terça-feira, segundo a CNBC. Ele citou também o aumento do populismo e das disputas comerciais em alusão às condições do mercado nos anos finais da Grande Depressão na década de 1930. “Essas questões políticas estão agora muito ligadas a questões econômicas. É uma característica do ambiente em que estamos”, afirmou.
Da mesma forma, alguns dos participantes mencionaram o aumento do populismo como uma preocupação premente, com partidos nacionalistas e de extrema-direita fazendo significativos ganhos eleitorais em todo o mundo nos últimos meses. Parte do discurso do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, hoje no Fórum, focou na importância de manter a esquerda afastada do poder na América Latina.
(Foto: Ray Dalio /Cameron Costa-CNBC).
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