Dólar volta ao patamar de R$4,80: melhores investimentos com a queda do câmbio

São Paulo, 23 de março – O dólar continua perdendo força e caiu pelo sexto pregão consecutivo nesta quarta-feira, voltando ao patamar dos R$4,80, numa cotação que não atingia em dois anos.

A queda beneficia empresas que têm altos custos na moeda norte-americana, que podem ser boas opções de investimentos no atual cenário. Segundo o diretor de small caps do TC, Max Bohm, este é o caso da joalheria Vivara (VIVA3), das farmacêuticas Blau (BLAU3) e Ourofino Saúde Animal (OFSA3), e da tecnológica Positivo (POSI3), que utilizam boa parte da matéria-prima e insumos cotados em dólar.

No caso da Vivara, a companhia tem um forte gasto com ouro, comprado em dólar e, apesar da valorização do recurso, as menores cotações da moeda estrangeira beneficiam a joalheria.

A Blau e a Ourofino, por sua vez, possuem altos custos com o Ingrediente Farmacêutico Ativo, IFA, componente vindo da China e da Índia, necessário para a produção de medicamentos no Brasil, e que é negociado em dólar.

Além das ações de small caps, Bohm destacou à Mover que outros investimentos interessantes para o cenário atual são os fundos cambiais com taxas baixas e aplicações em IVVB11, fundo de índice que segue o S&P500, portanto, permite exposição ao mercado internacional, e é negociado na B3.

Na visão de traders ouvidos pela Mover, o alto fluxo de investidores estrangeiros no Brasil em busca de ganhos acima da inflação, devido à alta de juros reais, é um dos principais fatores que explicam a queda do dólar. A valorização das commodities e a avaliação de menor risco fiscal no Brasil foram outros pontos apontados.

*ERRATA: Ao contrário do que constava inicialmente na matéria, o dólar fechou na quarta-feira, 23, ao menor valor em dois anos, não em oito meses.

Texto: Beatriz Lauerti
Edição: Stéfanie Rigamonti e Gabriela Guedes
Arte: Vinícius Martins/ Mover