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Atualizado há mais de 3 anos
— O câmbio, os juros futuros e a bolsa devem acentuar a tendência de correção vista na segunda-feira, pressionados por uma leitura mais cética da pesquisa Ibope, que na véspera mostrou crescimento rápido de Fernando Haddad, o candidato do PT, nas intenções de voto. Além de se consolidar no segundo lugar da disputa presidencial, diminuindo a distância com o líder Jair Bolsonaro, Haddad teve alta moderada da rejeição. Para contribuidores TC, a percepção que deve imperar no mercado hoje é de que Bolsonaro, que o mercado adotou como melhor opção na eleição mais fragmentada dos últimos trinta anos, foi fragilizado pela alta rejeição a sua candidatura. Campanhas de mulheres que o associam com intolerância, e até um editorial da revista Época que pede “um altissonante não àqueles que querem romper as regras do jogo democrático” – em clara alusão a sua defesa dos militares da ditadura – podem estar levando mais eleitores para o lado de Haddad.
— Mas uma eleição tão polarizada tem matizes. Cada vez mais analistas questionam a pouca diferença entre os números estimulados e espontâneos de Bolsonaro e sua queda de popularidade no Sul do país, além do fato de que Haddad ser o escolhido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve, em algum momento, trazer alguns problemas. O apoio de Lula faria um eleitor de cada dois recusar votar no ex-prefeito. E há ainda o risco de que mais de 3 milhões de eleitores no Nordeste, onde Lula e Haddad lideram, não possam votar por conta da biometria. Na avaliação do nosso contribuidor Lucas de Aragão, “a eleição está ainda muito aberta e no segundo turno, as campanhas terão de se adaptar à realidade das rejeições e da polarização política”. Essa incerteza deve atrair mais volatilidade no dólar futuro, embutir mais prêmio nos juros e puxar as ações mais líquidas da B3 para baixo.
— Essa dinâmica pouco vai mudar antes do primeiro turno da eleição, no dia 7 de outubro. O investidor também precisa dar atenção ao exterior, volátil entre as notícias sobre as disputas comerciais dos Estados Unidos e da China. Entre os eventos do dia, o destaque na agenda é a divulgação da Ata do Copom do Banco Central, que na semana passada assumiu um tom mais severo na avaliação dos riscos inflacionários no país. Teremos alguns indicadores nos Estados Unidos e na Europa, mas que devem ter recepção tranquila à espera da decisão de taxa de juros do Federal Reserve, o BC americano, nesta quarta-feira.
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Mercado em um minuto, segundo Contribuidores TradersClub
— Câmbio: deve operar volátil com forte viés de alta, após pesquisa Ibope. Exterior menos tenso deve mitigar tendência.
— Juros: devem seguir o dólar, reagindo à alta acelerada de Haddad nas pesquisas e ao risco de descontinuidade da política econômica em eventual governo do PT.
— Bolsa: mesmo com as commodities em alta, o índice e as blue chips devem sentir a pressão da pesquisa.
— Ações: Fique de olho em Petrobras, cuja participação PN na Braskem terá direito de tag-along em caso de venda do controle da petroquímica; Braskem, com mudança no acordo de acionistas como possível preâmbulo à saída da controladora Odebrecht; BTG Pactual, que fará oferta para deslistar braço de participações PPLA; Gafisa, após sócio de acionista majoritário GWI ter sido inabilitado de gerir recursos de terceiros; Banco Inter, com notícias de que pode voltar ao mercado para dobrar base de clientes; JHSF, que deve lançar plataforma e-commerce para shopping Cidade Jardim; Unipar, com nomeação de novo executivo; Carrefour Brasil, com planos para investir quase R$2 bilhões; Ômega, com aprovação pelo Cade de 50% do Grupo Pirapora.
— Destaques das recomendações: O Santander rebaixou duplamente a recomendação da BR Properties ($BRPR3) de compra para venda e cortou o preço-alvo de R$14 para R$8,70 após vacância antecipada da Petrobras.
Principais notícias para começar o dia bem informado
Trading News
— EUA mira países vizinhos a China e acalma mercado
— Bolsonaro estagna e Haddad se aproxima, diz Ibope; rejeição dispara a duas semanas do primeiro turno
— Braskem informa que ações preferenciais detidas pela Petrobras terão tag along
— Bolsonaro pede união nacional em entrevista após atentado
— Exterior tenso exacerba pesquisa ruim e dólar sobe
Valor Econômico
— Produtor rejeita crédito rural atrelado à inflação
— Curto prazo e IDP mostram sinais trocados
— O ‘centro’ fracassa junto com o PSDB
— Setor espera continuidade de leilões
O Estado de S.Paulo
— Pesquisa Ibope: Sob ataque, Bolsonaro estaciona em 28%; Haddad vai a 22%
— Há quatro meses faltam medicamentos no Sistema Único de Saúde
— Presidenciáveis comentam Ibope: PSL vê segundo turno com Haddad
— Rosa Weber diz que suspender cancelamento de títulos comprometeria processo eleitoral
Folha de S. Paulo
— ‘Essa história de petista e anti-petista vai matar o país’, diz Ciro
— Bolsonaro diz que facada que recebeu foi ‘atentado político’
— Haddad descumpriu 9 de 10 metas para a saúde em SP, mostra auditoria
— Candidatos levam segurança a plano federal, mas sem detalhar orçamento
Globo/G1
— A estratégia de cada candidato na penúltima semana da corrida ao Planalto
— Haddad cresceu mais no Sul do que no Nordeste, mostra Ibope
— Em encontro com artistas, Ciro coloca em dúvida capacidade de Haddad de governar
— Armamento pesado de traficantes amplia área de risco à população; tiro de fuzil pode percorrer até 1,5 quilômetro
Agenda do dia
Indicadores nacionais
— 05h00: IPC – Fipe
— 08h00: IPC-S Capitais – FGV
— 08h00: Confiança da construção de setembro – FGV
— 08h00: Custos da construção de setembro – FGV
Indicadores internacionais
— 03h00: Índice de preços por atacado da Alemanha em agosto; consenso +0,2% na base mensal
— 03h00: Índice de preços por atacado da Alemanha em agosto; anterior 3,5% na base anual
— 09h55: Índice Redbook dos EUA; anterior 0,3% base mensal
— 10h00: Atividade Econômica do México em julho; anterior -0,10% na base mensal
— 11h00: Confiança do Consumidor CB dos EUA em setembro; consenso 132,2
— 11h00: Índice de Manufatura Fed Richmond dos EUA em setembro; consenso 22
— 17h30: Estoques de Petróleo Bruto Semanal API dos EUA; anterior 1,2 mi
Eventos
— N.D: Reunião do Conselho Monetário Nacional
— N.D.: Pesquisa eleitoral DataWorld/Instituto Sensus para a Presidência
— ND: Presidente Michel Temer participa de evento anual da Assembleia das Nações Unidas
— N.D: Primeiro dia de reunião do FOMC, comitê de política monetária do Federal Reserve
— 02h35: Discurso de Haruhiko Kuroda, presidente do Bank of Japan
— 08h00: Ata do Copom
— 12h00: Candidato à Presidência Geraldo Alckmin concede entrevista ao programa Pânico da Rádio Jovem Pan
— 13h00: Desempenho do setor de bens de capital em agosto – Abimaq
— 15h00: Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e ministro da Fazenda, Eduardo Guardiã, participam de reunião eletrônica do Conselho Monetário Nacional
DISCLAIMER: Este newsletter não tem o objetivo de promover a venda de títulos e valores mobiliários específicos, e sim, de informar correta e oportunamente a quem o recebe.
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