Ibovespa despenca mais de 2% e chega ao menor patamar desde março com tensões políticas
O Ibovespa segue reagindo muito mal às possíveis consequências dos atos do Dia da Independência e do tom mais forte adotado por Bolsonaro

Atualizado há 8 meses
São Paulo, 8 de setembro – O Ibovespa segue reagindo muito mal às possíveis consequências dos atos do Dia da Independência e do tom mais forte adotado na última terça-feira, 7, pelo presidente Jair Bolsonaro em relação ao Supremo Tribunal Federal. A tensão política também impacta fortemente o dólar e a curva de juros.
Bancos têm forte queda
Perto das 11h45, o índice brasileiro despencava 2,58%, renovando a mínima do dia em 114.676 pontos, com peso dos papéis da Vale e das companhias do setor financeiro, o que indica saída dos investidores estrangeiros. Esse é o menor patamar do Ibovespa desde março.
Apenas cinco papéis sobem, entre eles Localiza e Locamerica, que repercutem a recomendação do Cade para aprovação da fusão entre as locadoras.
Papéis como a B3, Itaú e Bradesco renovam as mínimas, caindo 4,75%, 2,72% e 3,66%, respectivamente. Segundo traders, o mercado especula também de onde o governo pode buscar recursos para o novo Bolsa Família, e os bancos podem ser alvos de aumento de tributação.
Mercado aguarda falas de Lira e Fux
O dia ainda reserva falas importantes, como do presidente da Câmara, Arthur Lira, que deve ocorrer às 12h30, segundo a assessoria de imprensa do deputado. E às 14h é a vez do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, discursar na abertura da sessão da Suprema Corte.
Ambos ainda não se pronunciaram publicamente após os atos de 7 de Setembro, e sobre as falas de Bolsonaro, que mirou os ataques ao ministro Alexandre de Moraes.
Abertura de impeachment é “inevitável”, diz Marcelo Ramos
Há pouco, em entrevista à CNN Brasil, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, disse que a abertura de impeachment é “inevitável” agora e que o ano legislativo “acabou” para o Poder Executivo. As falas azedaram ainda mais o humor da bolsa brasileira, que renovou as mínimas em meio às falas do deputado.
Nessa esteira, o dólar sobe ainda mais e toca os R$5,30 na máxima do dia, com alta de 2,17%. Com isso, a moeda americana zerou as perdas no ano e apresenta alta de 0,08% até setembro. O real amarga e apresenta o pior desempenho entre 21 moedas acompanhadas pela Mover.
Essa alta expressiva do câmbio também puxa a curva de juros, que volta a estressar fortemente. Os DIs para janeiro de 2029 e 2025 são os que sobem mais, em 17 pontos-base. Já os contratos para 2027 e 2031 sobem 14 pontos-base. Esse último encosta no patamar de 11% de prêmio.
Texto: Guilherme Dogo
Edição: Cintia Thomaz e Stéfanie Rigamonti
Arte: Mover
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