Inflação terá seu pico no 2º trimestre com alta do petróleo, diz BC
No Relatório Trimestral de Inflação divulgado hoje, o Banco Central traçou dois cenários para o IPCA, com base nos preços do petróleo

Atualizado há 2 meses
São Paulo, 24 de março – Impulsionada pelo preço do petróleo, a inflação ao consumidor deve atingir seu pico neste segundo trimestre e desacelerar até o final do ano, voltando ao centro da meta apenas em 2023, afirmou o Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira.
O BC traça dois cenários para a inflação, com base nos preços do petróleo. No cenário com a commodity apresentando “trajetória decrescente”, o índice de inflação chegaria a 10,5% no segundo trimestre, depois recuaria para 8,40% no terceiro e fecharia o ano em 6,30%.
No segundo cenário, levando em conta que o petróleo seguirá acima de US$100 até o fim do ano, o pico da inflação seria em 10,60% no segundo trimestre, recuando para 8,80% no terceiro e fechando 2022 em 7,10%.
Dessa forma, o RTI compreende que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, voltaria para a meta de 3,25% em 2023, quando fecharia o ano entre 3,10% ou 3,40%, variando com os cenários estabelecidos.
Para o BC, o cenário externo “deteriorou significativamente” com a guerra na Ucrânia, tendo o primeiro impacto no petróleo e nos alimentos, mas também pode ter efeitos de mais longo prazo, com o aumento dos gargalos nas cadeias de suprimentos.
Visão setorial da inflação
O relatório mostra também que alguns setores da economia brasileira podem ser beneficiadas, como a balança comercial e o investimento estrangeiro direto. A previsão de superávit da balança comercial passou de US$52,0 bilhões no documento de dezembro para US$83,0 bilhões, enquanto o investimento estrangeiro teve a perspectiva mantida em US$55 bilhões.
Para a atividade interna, o Banco Central manteve a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto em 1% em 2022, mesma previsão do relatório de dezembro. A autarquia revisou para cima o PIB de serviços, de 1,3% para 1,4%, e também da indústria, de queda de 1,3% para recuo de 0,3%. O PIB da agropecuária, porém, sofreu uma forte revisão, passando de 5% para alta de 2%.
Entre os fatores limitantes para o crescimento da economia brasileira, o BC cita o alto patamar de juros e a atividade econômica mais fraca devido à alta inflação.
Texto: Guilherme Dogo
Edição: Allan Ravagnani
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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