New Fortress deve vender maior termelétrica da América Latina para focar em gás, dizem fontes
O movimento de venda da termelétrica de Sergipe vem pouco mais de um ano após a chegada da companhia norte-americana ao Brasil

Atualizado há 22 dias
São Paulo, 28 de abril – A New Fortress Energy colocou à venda a maior termelétrica da América Latina, localizada em Sergipe, para focar seus negócios no Brasil no fornecimento de gás, disseram ao Scoop by Mover três fontes com conhecimento dos planos.
O movimento da NFE vem pouco mais de um ano após a chegada da companhia americana ao maior país da América Latina, concretizada por aquisições de ativos de geração e de gás natural liquefeito da Hygo e da Golar LNG, avaliados em US$5 bilhões incluindo dívidas.
A potencial transação envolvendo a termelétrica, no entanto, não significa retração no apetite da New Fortress Energy pelo Brasil, mas apenas um reposicionamento de suas operações, disseram as fontes, que pediram anonimato para falar com maior liberdade sobre o assunto. Procurada, a NFE não quis comentar.
O valor exigido pela termelétrica de Sergipe, Celse, não foi revelado, mas uma das pessoas que segue as conversas sobre o ativo disse que a transação deve ser bilionária, dado o porte da usina, com 1,5 gigawatt em capacidade, o suficiente para atender 15% da demanda do Nordeste. As fontes também não abriram potenciais interessados, visto que o processo está em fase inicial.
A estratégia no Brasil envolve a possível venda da Celse, mas com a NFE continuando como proprietária de um terminal flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural liquefeito, ou GNL, instalado em Sergipe para suprir a termelétrica, disseram as fontes.
A operação da NFE deve atrair grandes empresas de energia com apetite por ativos térmicos ou fundos de investimento que apostam em projetos de geração a gás, combustível fóssil visto como importante para a transição energética, por ser menos poluente.
Com presença em cerca de uma dezena de países e ações negociadas na Nasdaq, a NFE concentra sua atuação em soluções para suprimento de GNL, incluindo navios de transporte do combustível e terminais flutuantes de regaseificação.
Os investimentos da NFE são guiados por projeções da companhia de que a demanda global por GNL vai ultrapassar a demanda em breve, impulsionada pela transição energética, com substituição de fontes como carvão e petróleo pelo gás, e apoiada ainda por choques como a possível redução na oferta do insumo pela Rússia, segundo uma recente apresentação corporativa.
De olho nesse cenário, a companhia expandiu sua frota de terminais de regaseificação de 5 para 11 unidades apenas no ano passado, com os ativos espalhados por oito diferentes geografias, e pretende iniciar operações em Santa Catarina e em Barcarena, no Pará, no segundo trimestre.
*Esta reportagem foi publicada primeiro na última quarta-feira, 27, exclusivamente aos assinantes. Quer receber notícias e furos em primeira mão? Assine um dos planos do TC.
Texto: Luciano Costa
Edição: Gabriela Guedes
Imagem: Mover
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