Petrobras deve ter novo recorde operacional com alta no petróleo Brent
Os lucros da Petrobras antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebitda, devem atingir patamar recorde de R$69,95 bilhões

Atualizado há 3 meses
São Paulo, 16 de fevereiro – A Petrobras pode voltar a registrar resultado operacional histórico no último trimestre de 2021, o que seria o quarto recorde consecutivo da estatal, beneficiada pela alta dos preços do petróleo tipo Brent e pela desvalorização do real, segundo projeções de analistas.
A maior companhia de óleo e gás de capital aberto da América Latina divulgará em 23 de fevereiro o balanço dos últimos três meses do ano passado, período em que o barril do Brent, referência internacional, ficou acima dos US$80, tocando máximas desde 2014. A desvalorização do real, por sua vez, ajudou nas receitas com exportações.
Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, ou Ebitda, devem atingir patamar recorde de R$69,95 bilhões em base ajustada e recorrente, segundo o consenso de projeções compiladas pelo TC.
Esse indicador é o mais acompanhado por analistas, por apontar o resultado da companhia sem considerar fatores ocasionais que não vão se repetir, os chamados itens não-recorrentes.
“Mais um Ebitda recorde? Achamos que sim”, escreveu a equipe do BTG Pactual, liderada por Pedro Soares, apontando que o real em mínimas ante o dólar durante o período e a maior produção do pré-sal, com menores custos, impulsionaram os resultados.
O maior Ebitda recorrente da Petrobras em seus quase 70 anos era até então a marca de R$63,8 bilhões do terceiro trimestre de 2021, período também influenciado pela recuperação nas cotações internacionais do petróleo, após fortes impactos da pandemia de covid-19.
A produção de óleo e gás da Petrobras no Brasil no quarto trimestre caiu 4,6% frente ao período anterior, para 2,66 milhões de barris de óleo equivalente por dia, embora com alta de 1% na comparação anual e marca histórica no pré-sal, que respondeu por 74% do total.
Dividendos
O time de analistas do Credit Suisse, liderado por Regis Cardoso, avaliou que os resultados e a posição de caixa da Petrobras, de US$11,5 bilhões ao final de setembro, devem permitir um pagamento de dividendos robusto referente aos últimos três meses de 2021.
“Estimamos que a Petrobras poderia distribuir potencialmente de US$1 bilhão a US$5 bilhões em dividendos associados aos resultados do quarto trimestre”, escreveram – o que equivaleria a algo entre R$5 bilhões e R$26 bilhões.
Até o momento, a Petrobras já aprovou a distribuição de R$42,4 bilhões em proventos referentes a 2021, ou R$3,25 por ação preferencial e ordinária.
O diretor financeiro da companhia, Rodrigo Araujo, disse em novembro que não descartava dividendos adicionais em caso de cenários de preços do petróleo mais favoráveis que o esperado, uma vez que a petroleira antecipou sua meta de redução de dívida.
Lucro da Petrobras
O consenso entre cinco casas consultadas pela Mover aponta para um lucro líquido, ou seja, lucro após o desconto de impostos, de R$26,77 bilhões no quarto trimestre. Se confirmado, será uma queda ante os R$31,1 bilhões do trimestre anterior, afetado positivamente por fatores não-recorrentes, assim como o último trimestre de 2020, quando o lucro atingiu R$60 bilhões.
Entre essas projeções, o BTG previu lucro líquido de quase R$29 bilhões para a companhia no período. A equipe do Safra vê lucro de R$25,3 bilhões para a estatal no quarto trimestre.
A receita líquida da petroleira estatal está estimada em R$130 bilhões, segundo o consenso TC, com alta de 7% ante os R$121,6 bilhões do trimestre anterior. Nos últimos três meses de 2020, a receita havia somado perto de R$75 bilhões.
Política no radar
Apesar dos resultados operacionais históricos e de diversas projeções sinalizando continuidade da alta do petróleo, parte dos analistas se mantém cautelosa com a Petrobras devido ao ano de eleições presidenciais e às constantes críticas de políticos aos preços praticados pela companhia nos combustíveis.
“Com a proximidade do ciclo eleitoral no Brasil, o sentimento macro e expectativas sobre a política energética do próximo governo vão ser mais importantes para o desempenho das ações do que os reais fundamentos”, escreveu Conrado Vegner, do Safra.
A equipe do BTG destacou a falta de previsibilidade sobre os investimentos da companhia depois de 2023, na sequência do pleito presidencial. “No fim, acreditamos que a tese de investimento na Petrobras seria mais como uma aposta no Brasil do que nos preços do petróleo em si”.
O papel preferencial da estatal (PETR4) acumula valorização de 14% desde o início do ano, e avança 34% nos últimos 12 meses.
Texto: Luciano Costa
Edição: Gustavo Bonato e Gustavo Boldrini
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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