Rússia x Ucrânia, Tupy, Pague Menos: Mais Lidas
Conflito entre Rússia e Ucrânia desencadeou uma guerra e causou turbulência nos mercados; veja esta e outras notícias mais lidas na semana

Atualizado há 3 meses
São Paulo, 27 de fevereiro – Os mercados no mundo inteiro balançaram nesta semana com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que tomou proporções maiores nos últimos dias.
O país comandado por Vladimir Putin invadiu o território ucraniano na madrugada da última quinta-feira, 24, e, como resposta, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido anunciaram sanções à Rússia. As bolsas globais operaram em alta volatilidade com os desdobramentos da guerra e com os posicionamentos de autoridades do Ocidente.
Em meio a esse clima de incertezas, notícias sobre o confronto estiveram entre as mais lidas no portal da Mover nesta semana. Confira essa e outras matérias que mais chamaram atenção dos leitores.
Rússia x Ucrânia
Com a escalada da tensão no Leste Europeu neste semana, o conflito entre os dois países, que já estava no radar do mercado há dias, tornou-se foco principal dos investidores.
O estopim da guerra foi o reconhecimento por Putin da independência de duas regiões separatistas na Ucrânia e as notícias sobre ordens dadas pelo presidente russo para tropas adentrarem o território ucraniano. O presidente americano, Joe Biden, anunciou, então, sanções que atingiram bancos, parte da elite russa e nomes ligados ao Kremlin.
Como as medidas contra a Rússia foram vistas como mais brandas em relação ao que o mercado estava esperando, mesmo com a escalada de tensão, houve uma momentânea reação positiva, com a alta nas bolsas e a queda nos preços internacionais do petróleo.
Mas a passagem de quarta para quinta-feira trouxe uma tempestade que chacoalhou os barcos dos investidores com a invasão das tropas russas à Ucrânia, oficializando o início da guerra entre os dois países.
Autoridades ocidentais subiram o tom, impondo mais sanções, mas ainda sem atingir o calcanhar de Aquiles da economia russa: a retirada de bancos do país do Swift, sistema de pagamentos internacional que movimenta trilhões de dólares em transações diárias.
Em pronunciamento na Casa Branca, Biden anunciou o congelamento dos ativos de bancos russos em território americano, limitações da capacidade russa de negociar com moeda estrangeira, restrição das exportações e corte em mais da metade das importações russas de alta tecnologia.
O presidente americano, por outro lado, seguiu a decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan, de não enviar tropas para a Ucrânia, fortalecendo apenas as fronteiras dos aliados no Leste Europeu.
Apesar de o Ocidente ter endurecido o tom, o professor de história econômica do Insper, Vinícius Müller, já tinha adiantado em entrevista à TC Rádio que as sanções adotadas eram insuficientes para o recuo da Rússia. Segundo ele, o país vem adquirindo independência do dólar em suas reservas financeiras, com adoção de outras moedas e da compra de ouro, o que ajuda o país no enfrentamento dessas restrições.
Realmente, conforme o previsto, as tropas russas na Ucrânia não recuaram em nenhum momento. Por isso, a carta mais forte do baralho, que estava sendo guardada, foi jogada no último sábado, 26. Diante da implacável ânsia por poder da Rússia, os Estados Unidos e aliados decidiram excluir alguns bancos russos do Swift e congelar reservas internacionais, na tentativa de fazer Putin recuar.
Agora, resta saber se haverá negociações. Na sexta-feira, 25, dia em que a capital Kiev permanecia cercada e em combate com soldados russos, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, debatia data e hora para negociar com Putin, conforme disse seu assessor, Mykhailo Podolyak.
Reação do mercado
Os investidores viram os mercados atuarem em grande volatilidade na semana. Como a Rússia é produtora e exportadora de petróleo, a invasão à Ucrânia refletiu nos preços do mercado futuro da commodity na quinta-feira, com o barril Brent superando os US$100 pela primeira vez em sete anos. Enquanto isso, as bolsas globais reagiram com forte queda.
Mas após o pronunciamento de Biden na quinta-feira sobre as sanções, e também sobre a liberação de reservas americanas de petróleo e o não envio de tropas à Ucrânia, os preços da commodity arrefeceram a alta, as bolsas americanas passaram a subir e o Ibovespa diminui a queda de mais de 2% para 0,51%.
No dia seguinte, seguindo o otimismo do dia anterior, tanto as bolsas nos EUA quanto no Brasil fecharam em alta, ativos de risco operaram em elevação, o petróleo caiu, tudo refletindo a esperança de que a guerra logo teria um fim.
Mas se não houver acordo e o conflito se estender, especialistas alertam para piora na inflação global. Rússia e Ucrânia são potências agrícolas, exportadoras de produtos como milho e trigo.
Os analistas do Goldman Sachs acreditam que o conflito tem potencial para causar uma crise de oferta de commodities, afetando os preços e a atividade econômica global, além de diminuir as chances para posturas mais severas dos bancos centrais de países desenvolvidos.
E a China?
Com a escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia, a China também passa a ganhar atenção. O país asiático se debate entre reforçar os laços diplomáticos estreitos com Moscou ou manter uma coexistência saudável com a Europa e os Estados Unidos.
A China tem assumido um tom timidamente pró-Rússia, valorizando uma aliança altamente útil que cria problemas para o Ocidente, rival comum de ambos os países, de acordo com o especialista Yun Sun, do Stimson Center. No entanto, o líder chinês Xi Jinping não arriscaria a ruptura econômica trazida por uma guerra mais ampla, especialmente porque não sabe até onde Putin pode ir, aponta Yun.
O país comandado por Xi ainda luta pela reintegração de Taiwan, importante produtor global de semicondutores, que, apesar de ser reconhecido como país independente, o governo chinês o considera “parte inalienável da China”.
Outras mais lidas
Além do conflito entre Rússia e Ucrânia, também chamou atenção dos leitores nesta semana reportagem exclusiva da Mover sobre a fundição Tupy. Um processo que corre na CVM contra a companhia poderá dar fim a um litígio que dura 20 anos, segundo fontes relataram ao Scoop by Mover.
Uma das fontes disse que o caso se refere a créditos tributários que somam R$130 milhões já declarados nos balanços da companhia, mas que, diante do Judiciário, a Tupy argumentava que levariam décadas para serem resgatados.
Segundo uma das fontes, a CVM emitiu um primeiro parecer que teria sido favorável à Tupy.
Pague Menos
Outra empresa que atraiu a audiência nesta semana foi a Pague Menos (PGMN3). Para o colunista da Mover Sérgio Sanita, a avaliação de entrada na ação da terceira maior rede de farmácias do Brasil faz sentido neste momento, considerando a assimetria do papel, que desvalorizou cerca de 40% nos últimos meses, mas que agora tem apresentado tendência de reversão altista.
Segundo Sanita, os indicadores técnicos dos preços corroboram com essa visão altista, já que a ação da companhia disparou 17,06% na semana, bem perto do ganho acumulado até o momento no ano, de 17,43%.
Além disso, no curto prazo, o setor está aquecido com a alta demanda por testes de farmácia para detectar covid-19.
Texto: Letícia Matsuura
Edição: Stéfanie Rigamonti
Imagem: Vinícius Martins / Mover
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