Taxa Selic não subirá 'muito além' do atual nível, diz secretário do Tesouro
O Tesouro prevê que os preços devem encerrar o ano em 6,5% e órgão não acredita que o Banco Central elevará a Selic "muito além" do atual

Atualizado há 23 dias
Brasília, 5 de maio – O secretário do Tesouro, Paulo Valle, afirmou nesta quinta-feira que o órgão não acredita que o Banco Central elevará a taxa Selic “muito além” do atual patamar, de 12,75%, justificando que os juros já se encontram “perto do limite”.
Em entrevista à Broadcast, Valle citou que o país vivencia uma era de juros mais altos. Isso, segundo ele, possibilitará à inflação mostrar sinais de arrefecimento ao longo do ano.
“O que nós esperamos é uma acomodação da inflação. A gente vinha com uma inflação bastante alta, e, conforme até as projeções de mercado, esperamos uma queda significativa nos próximos meses”, afirmou. O Tesouro prevê que os preços devem encerrar o ano em 6,5%. Em março, o IPCA-15, prévia da inflação, reportou alta de 12,03% no acumulado de 12 meses.
Ontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a Selic em 100 pontos-base, ao patamar de 12,75% ao ano, e sinalizou provável alta de menor magnitude na reunião de junho.
Teto de Gastos
De acordo com Valle, é “compreensível” a discussão sobre mudança do Teto de Gastos durante um ano eleitoral pelos candidatos à presidência da República. Embora tenha afirmado que o Ministério da Economia está preparado para o debate, Valle esclareceu não haver plano para alteração da regra.
Ainda de acordo com ele, a ideia de retirar o Auxílio Brasil no valor de R$400 da âncora fiscal é uma “discussão preliminar”. “Atualmente, não há nenhum plano de alteração da regra não.”
Valle calcula a dívida bruta como proporção do Produto Interno Bruto encerrando o ano em 79%, após fechar 2021 a 80,3%, menor percentual desde 2019, de acordo com dados do Banco Central.
Sobre o reajuste linear de 5% aos servidores, Valle afirmou que esse tema ainda tem de ser definido pelo Palácio do Planalto, o que deve ocorrer em breve. Valle alertou, entretanto, que não há espaço no Teto para acomodar o reajuste. “Sem espaço no Teto, são escolhas. Você vai ter que cortar despesas que ainda serão definidas.”
Conjuntura econômica
Na visão de Valle, o cenário internacional tem se apresentado “bastante incerto”, diante da elevação de juros pelas principais economias desenvolvidas, como os Estados Unidos. Localmente, citou a melhoria das expectativas desde o fim de 2021.
“Ainda tem o desafio do cenário externo. Passamos por um momento inflacionário no mundo inteiro. Todos os países vão ter de adotar medidas monetárias, isso impacta internamente. O lado bom disso é que nosso Banco Central já começou o processo de estabilização da inflação.”
Texto: Gabriel Ponte
Edição: Allan Ravagnani
Imagem: Mover
Últimas
Receba todas as novidades do TC
Deixe o seu contato com a gente e saiba mais sobre nossas novidades, eventos e facilidades.
Receba todas as novidades do TC
Deixe o seu contato com a gente e saiba mais sobre nossas novidades, eventos e facilidades.