Artigo de Guido Mantega 'não expressa' candidatura de Lula, diz PT
O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega falou em elevar os tributos para os “1% mais ricos”, sem “exagerar na dose de juros”

Atualizado há 4 meses
São Paulo, 5 de janeiro – O ex-ministro da Fazenda dos governos petistas Guido Mantega defendeu hoje, em artigo para a Folha de S.Paulo, a aplicação de uma política social-desenvolvimentista para retomar o crescimento do Brasil.
Mantega falou em elevar os tributos para os “1% mais ricos”, sem “exagerar na dose de juros”, sempre comparando desempenhos das gestões Lula e Dilma com números de Michel Temer e Jair Bolsonaro.
O jornal está publicando nesta semana artigos dos representantes econômicos dos pré-candidatos à Presidência.
Mas este de Guido Mantega vem com um aviso inédito na série: diz que o texto “não expressa o ponto de vista da candidatura Lula, que ainda não foi lançada”, e é apenas “o resultado de discussões de um grupo de economistas que assessoram o ex-presidente”, que hoje lidera as pesquisas.
Trechos do artigo
“No final de 2022 poderemos comemorar o enterro de um dos piores governos da história republicana brasileira. Se for feita uma autópsia no cadáver do bolsonarismo, serão descobertos fortes indícios de um neoliberalismo anacrônico, que não é mais praticado em nenhum país importante do mundo”.
“Essa situação dramática, produzida pela política econômica do ministro Guedes, contrasta com o desempenho da política econômica social desenvolvimentista dos governos Lula e Dilma”.
“Os governos Lula foram marcados pela elevação dos investimentos e por uma política fiscal responsável, que compatibilizou aumento de verbas sociais com os maiores superávits primários da economia brasileira”.
“Mas os governos neoliberais reverteram parte desses avanços sociais e econômicos. O governo Temer fez a reforma trabalhista que reduziu direitos e salários, e ainda aprovou a lei do teto de gastos, que produziu inúmeras distorções na gestão orçamentária”.
“As gestões fiscais dos governos Temer e Bolsonaro foram um desastre que, desde 2016, só acumulou déficits primários”.
“Está claro que não existem saídas fáceis para consertar a situação dramática que será deixada pelos governos Temer e Bolsonaro. É uma herança maldita que fará com que o PIB de 2022 retroceda para os valores de 2013”.
“As forças democráticas deverão elaborar um programa de desenvolvimento econômico e social para a reconstrução do país”.
“O governo deve coordenar um ambicioso plano de investimentos públicos e privados, de modo a ampliar a infraestrutura e aumentar a produtividade, gerando muitos empregos”.
“É imprescindível realizar uma reforma tributária, que simplifique os impostos federais, estaduais e municipais. É importante também diminuir a taxação dos mais pobres, aumentando os tributos sobre a renda e patrimônio dos 1% mais ricos, de modo a reverter a regressividade da estrutura tributária brasileira”.
“A política monetária deve manter a inflação sob controle, sem exagerar na dose de juros, para preservar o crescimento e, ao mesmo tempo, evitar um serviço da dívida impagável. O novo governo deve retomar as políticas industriais e as de investimento tecnológico, que devolvam a competitividade da indústria brasileira”.
“O que está em jogo nas próximas eleições é se continuaremos com a política econômica desastrosa do governo Bolsonaro e de outros candidatos neoliberais, ou se vamos retomar a via do social-desenvolvimentismo rumo ao Estado de bem-estar social”.
Texto: Lucia Boldrini
Edição: Guilherme Dogo e Stéfanie Rigamonti
Imagem: Agência Brasil
Últimas
Atualizado há cerca de 13 horas
Atualizado há cerca de 14 horas
Receba todas as novidades do TC
Deixe o seu contato com a gente e saiba mais sobre nossas novidades, eventos e facilidades.
Receba todas as novidades do TC
Deixe o seu contato com a gente e saiba mais sobre nossas novidades, eventos e facilidades.