Governo teme gasolina a R$10 por litro ao longo do ano, dizem fontes
O governo estuda alternativas para abaixar os preços da gasolina e outros combustíveis, como taxação de exportação e fundo de estabilização

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Atualizado há 4 meses
São Paulo/Brasília, 20 de janeiro – O governo teme uma convulsão social com a alta dos combustíveis e, segundo fontes revelaram ao Scoop by Mover sob a condição de anonimato, há o receio de que o litro da gasolina atinja o patamar de R$10 ao longo deste ano.
Com o petróleo Brent atingindo novas máximas nos últimos dias, analistas de grandes bancos como o Goldman Sachs passaram a projetar que o preço da commodity pode atingir três dígitos ainda neste ano, chegando a US$105 por barril no início do ano que vem.
Por conta disso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou ontem que estuda enviar ao Congresso Nacional uma proposta para reduzir o preço dos combustíveis, assim que terminar o recesso parlamentar e os trabalhos voltarem ao normal, o que é previsto para 2 de fevereiro.
Alternativas
Diversas alternativas já foram estudadas nas últimas semanas, incluindo a taxação das exportações, para arrecadar recursos e compor um fundo que faria a compensação do preço dos combustíveis à população. A matéria desta proposta que tramita em projeto no Senado.
A ideia, porém, foi abatida em voo no próprio governo, contrário à ideia de taxar exportações. Um empresário da área de petróleo consultado pelo Scoop afirmou que esta proposta dificilmente poderia prosperar. “Seria um desestímulo muito grande a investimentos estrangeiros e brasileiros no setor de exploração e produção”, disse.
Outra alternativa aventada é uma Proposta de Emenda à Constituição, PEC, para a criação do fundo de estabilização, mas que também autorizaria o governo, em momentos de crise e de forma temporária, a reduzir ou zerar impostos federais sobre gasolina, diesel e energia elétrica.
Discussão nos ministérios
Procurada pelo Scoop, a Casa Civil confirmou que o projeto está sendo discutido de forma interministerial, com as pastas da Economia e de Minas e Energia.
“De onde vai sair, vai depender de qual será o formato efetivo, mas já está em elaboração, talvez até em fases finais”, disse uma das fontes, ligada ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
No Ministério de Minas e Energia, a informação que o Scoop obteve é de que a Casa Civil está “coordenando tudo”. “Esse assunto é o mais delicado aqui, porque envolve muita gente. São muitos estudos, análises, propostas. A questão é muito complexa e vem sendo discutida desde o ano passado. Sempre surge alguma ideia diferente. Tem coisa que depende mais da Economia do que do MME”, afirmou uma fonte da pasta comandada por Bento Albuquerque.
Procurado oficialmente, o Ministério da Economia disse apenas que “não irá se manifestar sobre o assunto neste momento”.
Texto: Machado da Costa, Simone Kafruni e Leonardo Goy
Edição: Gabriela Guedes
Imagem: Vinícius Martins / Mover
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