Lula mira China para desenvolver Ciência e Tecnologia e critica 'Estado mínimo'
Em artigo publicado na Folha, Lula defende uma política de Estado para ciência e tecnologia como bases para a recuperação econômica

Atualizado há 4 meses
São Paulo, 4 de dezembro – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisa de intenção de voto para a Presidência em outubro, publicou nesta terça-feira no jornal Folha de S.Paulo um artigo em que critica o “Estado mínimo” e defende uma política de Estado para ciência e tecnologia, além de educação, como bases para a recuperação econômica do Brasil. Seus exemplos são os investimentos promovidos pela China.
O artigo é assinado em conjunto com o engenheiro Sergio Machado Rezende, que foi seu ministro de Ciência e Tecnologia entre 2005 e 2010. Confira, a seguir, trechos do artigo:
“O domínio em larga escala de Ciência e Tecnologia é condição necessária para tornar as empresas competitivas globalmente, aumentar a riqueza e fortalecer a soberania das nações”.
“O exemplo recente mais notável de país que usou educação e C&T para mudar o rumo de sua história é o da China. Na virada do século, o país investia US$ 40 bilhões em C&T, enquanto os investimentos nos Estados Unidos eram de US$ 300 bilhões. A China implantou uma política de Estado para desenvolver a ciência, no âmbito de um superministério, e hoje investe mais de US$ 400 bilhões em C&T”.
“Como resultado desse esforço, além de ampliar a produção de commodities beneficiadas, a China desenvolveu um parque industrial extenso e competitivo, com programas de interação com o sistema de pesquisa. Exemplo bem conhecido é o da tecnologia 5G para comunicação digital, que ela desenvolveu antes das potências industriais. Dessa forma, o PIB do país, que na virada do século era de US$ 1,2 trilhão, o sexto do mundo, hoje passa de US$15 trilhões, só atrás dos EUA”.
“Nos anos recentes, há um retrocesso sem precedentes nas políticas de C&T no país. O desmonte das instituições públicas, na direção do Estado mínimo, é a marca de um governo que aprofunda a agenda neoliberal e um ajuste fiscal irrealista. Vamos na direção oposta da China e de outros países”.
“O próximo governo terá o enorme desafio de retomar o crescimento econômico, criar empregos, superar a pobreza e reduzir a desigualdade. Certamente contará com o empenho de nossa comunidade científica, que fez o Brasil se tornar o 13º maior produtor mundial de ciência”.
“Será fundamental restabelecer uma política e um plano de ciência, tecnologia e informação, recuperar as agências federais e prover orçamentos adequados, em esforço conjunto do Estado e das empresas”.
Texto: Lucia Boldrini
Edição: Guilherme Dogo
Imagem: Vinicius Martins / Mover
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