Apresentaremos a biografia de Luis Stuhlberger, investidor e gestor da Verde Asset Management, uma das gestoras mais contempladas do mercado brasileiro especializada em multimercado, ações brasileiras e previdência. Atualmente, o fundo possui R$ 52 bilhões de ativos sob gestão, aplicados em diferentes riscos e classes de ativos.
No texto a seguir, falamos sobre a sua formação, fortuna e patrimônio, empresas que tem participação, história à frente do fundo Verde, frases, livros e investimentos. Portanto, se liga neste material bacana que preparamos para você, dividido nos seguintes tópicos:
- Quem é Luis Stuhlberger
- Hedging-Griffo
- HG Verde Asset Management
- Verde Asset Management
- Frases de Luis Stuhlberger
Boa leitura!
Quem é Luis Stuhlberger
Luis Stuhlberger nasceu na cidade de São Paulo, em 1955. Na sua infância e adolescência sempre se destacou entre os melhores alunos, tanto no Colégio Bandeirantes quanto no curso de Engenharia Civil na Escola Politécnica da USP.
Formação de Stuhlberger
Após a formação no curso de engenharia, em 1977, Stuhlberger se identifica com a área e parte para um curso de especialização em administração na Fundação Getúlio Vargas – FGV.
O primeiro contato com o mercado financeiro parte por influência de seu pai, o qual era sócio de um grupo formado por uma construtora, uma indústria e um banco. Desta forma, Luis Stuhlberger passa a trabalhar nesta instituição financeira, onde começa a ter contato com corretoras, Bolsa de Valores, finanças e investimentos.
Algum tempo depois, o banco abre a corretora Hedging-Griffo (atual Credit Suisse Hedging-Griffo), focada em commodities e mercado futuro.
Corretora Hedging-Griffo
Luis Stuhlberger passa a ser conhecido no mercado financeiro já a partir da década de 1980, quando passa a negociar commodities, mais especificamente contratos de ouro futuro. Devido ao momento de incertezas, crises e descontroles inflacionários da época, o mercado de ouro futuro passou a tomar mais representatividade, pois muitos players novos passaram a operá-lo com o objetivo de fazer hedge como proteção do patrimônio.
É nesse período que Stuhlberger conhece Luiz Alves Paes de Barros (Alaska Asset Management), com o qual aprende muito sobre investimentos e mercado financeiro. O resultado é uma grande amizade e a abertura de uma sociedade na década de 1980.
O preço do barril do petróleo enfrentava oscilações diárias, e começou a decolar devido às crises inflacionárias no Brasil, mas especialmente à revolução iraniana, a qual desencadeou a guerra entre o Irã e o Iraque. Por esses motivos, tanto a petroquímica quanto a instituição financeira do seu pai tiveram que ser vendidos para saldar as dívidas, fazendo com que Luis Stuhlberger atue agora como operador.
Entretanto, o desfio imposto pela situação parece motivar o jovem investidor, que torna-se na época um dos melhores funcionários da corretora. De boca em boca os clientes passavam a recomendá-lo. Luis Stuhlberger chegou a ganhar o apelido de “o rei do metal” dado o impacto de suas recomendações no mercado da commodity em meados de 1980.
Como o ouro era um ativo atrelado à cotação do dólar, era considerado um dos investimentos mais seguros naquele período de alta inflação, fazendo com que fosse um ativo bastante negociado em Bolsa. Stuhlberger chegou a ser convidado pelo Banco Central a ser um dealer (um banco/corretora que executa as ordens do Bacen). Segundo Emilio Garofalo, diretor de operações internacionais do BC, Stuhlberger foi responsável por profissionalizar o mercado de ouro no Brasil.
Já na década de 1990, durante o movimento de abertura da economia brasileira, o mercado financeiro vê diminuir bastante a necessidade de posições hedge e operações relacionadas no mercado de futuros. Além disso, em 1994, o Plano Real traz estabilidade para a taxa de câmbio, tornando o ambiente muito mais propício para investimentos.
Dessa forma, a corretora Hedging-Griffo tira o seu foco do mercado de commodities e futuros e passa a investir na área de fundos de investimentos, a qual Luis Stuhlberger passa a trabalhar. Com forte desejo de fundar o seu próprio fundo de investimento, o investidor enxerga no emprego a possibilidade de adquirir experiência e conhecimento na área de equity, com gestão patrimonial de terceiros.
Ao lado de Ibrahim Eris, sócio da gestora Linear, montam um fundo de investimento que a Hedging-Griffo passa a indicar aos seus clientes. Stuhlberger trabalha dois anos no novo projeto, acompanhando de perto as atividades da gestora, até que em 1997 abre o famoso Fundo Verde.
O Fundo Verde de Stuhlberger
Hedging-Griffo Verde Asset Management
Em 1997 é aberto o HG Verde (Hedging-Griffo Verde). O nome do fundo é inspirado na cor do dólar, ativo com o qual trabalhou por anos, e no Palmeiras, o seu time de futebol do coração. O fundo verde foi criado com um patrimônio de R$ 1 milhão – metade desse valor veio do incentivo da BM&F Bovespa na época, a qual tentava fomentar o mercado de capitais, e a outra metade veio de investidores.
Logo no primeiro ano do fundo verde, Luis Stuhlberger acerta na escolha dos investimentos. Naquele tempo, as commodities estavam bastante desvalorizadas, o que não ajudaria a balança comercial do Brasil. Além disso, o governo já sofria com um déficit de US$ 30 bilhões, sem uma melhora da política fiscal.
Portanto, a única forma do país manter a taxa de câmbio seria aumentando as taxas de juros, o que traria demanda pela moeda. De fato, os juros subiram e o fundo verde de Luis Stuhlberger beneficiou-se da alta comprando taxa, afinal a taxa Selic chegou em 19% naquele ano. Ademais, em 1997 a crise asiática foge do controle e contamina os mercados globais. Para conter a fuga de capital, o Banco Central do Brasil eleva a taxa Selic de 19% para 40% (nada mal para quem apostava nas altas taxas).
Desta forma, é possível afirmar que Luis Stuhlberger realizou várias “jogadas de mestre” em sua carreira como investidor do mercado financeiro, a maioria comprado em dólar. Em 1999 ele acerta novamente, apostando com a desvalorização do Real frente ao Dólar. Um outro investimento assertivo ocorreu em 2002 com a eleição do presidente Lula, que gerou a queda do Ibovespa em 48% e disparada da moeda americana.
Já em 2003, Luis Stuhlberger apostou no crescimento do Brasil após um encontro com o presidente Lula. Investiu boa parte do patrimônio em ações de companhias brasileiras. Logo no primeiro ano do governo do PT, a Bolsa brasileira subiu 100%.
No entanto, em 2008, apostando que as injeções de liquidez (quantitative easing) pelo Federal Reserve funcionariam, salvando a economia americana de uma recessão, não foi bem sucedido. As bolsas americanas derreteram, contaminando todo o mercado global. Naquele ano, o rendimento do fundo Verde ficou em – 6,4%.
Verde Asset Management
Em 2015, Luis Stuhlberger cria outra gestora, a Verde Asset Management, assumindo o controlador definitivo, que desde 2007 estava sob o controle da Credit Suisse. Assim, a partir de 2015 é criado o Credit Suisse Hedging-Griffo, o qual continuou como minoritário da Verde Asset Management. Em 2021, a Asset de Stuhlberger completará 24 anos, acumulando um retorno astronômico de 18.601% no período.
Frases de Luis Stuhlberger
“Nada como comprar um seguro para a tempestade num dia de sol.”
“Há alguns dias, eu disse que só a guerra destrói riqueza de forma permanente. E muitos me perguntam: — ‘Mas a gente não tá numa guerra’. Numa guerra convencional, é um país ou um grupo de países querendo destruir e conquistar o outro. Agora, o mundo inteiro está unido contra um inimigo microscópico em comum. (…) A gente tem que pensar nas pessoas que sofrem, nestes milhões de pessoas pobres que não têm UTI para ir. Essa discussão sobre saúde versus economia não é fácil. Eu não queria estar no governo de nenhum país tendo que definir sobre isso.”
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Estagiário do TradersClub
Graduando em Ciências Contábeis pela UFRN. Ex-membro da Liga de Finanças e vencedor do 1º Campeonato de Análise Fundamentalista do TC.