Traições podem mudar rumo das disputas pelo comando do Congresso

Brasília, 14 de janeiro – Possíveis traições dentro das bancadas dos partidos podem mudar os rumos da eleição pelo comando da Câmara e do Senado no final de fevereiro. Ontem, a senadora Simone Tebet, do MDB, recebeu apoio da maioria do Podemos e do PSDB, além do Cidadania, alcançando em torno de 30 votos.
Já Rodrigo Pacheco, recebeu adesão do PP e ficou a apenas 3 votos dos 41 necessários para ser eleito presidente do Senado. Pacheco é apoiado por uma combinação política inusitada entre o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo PT.
No entanto, além destes setores do PP, metade do PT e parte do PSD podem aderir à candidatura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça, conforme apuração da Gazeta do Povo. O risco fiscal
segue como um não-assunto na disputa, embora Tebet tenha dito que concorda em discutir uma nova rodada de auxílio emergencial respeitando o Teto de Gastos.
Traições pode virar resultado na eleição da Câmara
Na Câmara, apesar do candidato apoiado por Rodrigo Maia e por uma aliança de centro e esquerda, Baleia Rossi, contabilizar 278 votos, acima dos 257 exigidos para assumir a presidência da Casa, o postulante apoiado por Bolsonaro, Arthur Lira, é o favorito, na avaliação da Eurasia Group.
A consultoria calcula que cerca de metade das bancadas do PSB, PDT, PSDB e do próprio DEM, de Maia, pode estar fechada com Lira. O homem forte do Centrão disse à TC Mover que defende prioridade à Proposta de Emenda à Constituição Emergencial, PEC Emergencial, para poder ser criado um benefício
social substituto ao coronavoucher e, depois, às Reformas Administrativa e Tributária.
Seu adversário Baleia Rossi assumiu compromisso com a esquerda de pautar pelo menos a ampliação do Bolsa Família se o governo não apresentar uma solução definitiva – dívida que Lira não terá, caso vença – e propõe convocar o Congresso, ainda no recesso, para aprovar medidas urgentes.
Parece que tanto Lira quanto Rossi defendem a mesma coisa, mas não é bem assim. Além da dívida de Rossi com a esquerda, Lira também é visto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como o mais capaz de tirar das gavetas a agenda privatizações e melhor encaminhar a pauta econômica.
Texto: Leopoldo Vieira
Edição: Guilherme Dogo e Letícia Matsuura
Imagem: TC Mover

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