Vitória de Lira pode reaproximar centro e avançar pauta econômica

Brasília, 2 de fevereiro – A Câmara dos Deputados elegeu no final da noite de ontem Arthur Lira, candidato apoiado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, para presidir a Casa nos próximos dois anos, em meio a pressões por aumento de gastos e a necessidade de contê-los.
No discurso de vitória, Lira defendeu o avanço das reformas, a vacinação contra a Covid-19, a responsabilidade fiscal e a união política. Lira obteve 302 votos contra 145 votos de seu principal adversário, Baleia Rossi.
Em entrevista informal à TC Mover, fontes apontaram que Lira ganharia a eleição da Câmara com cerca de 300 votos, enquanto Rossi teria por volta de 200 votos.
O desafio de Lira será reaproximar o centro político em torno do governismo, abrindo o caminho para o avanço da pauta econômica. Mas há temores de que essa vitória não se traduza em avanço automático da agenda de reformas e de contenção de gastos.
Calendário econômico sugerido por Lira dá prioridade à PEC Emergencial
O deputado alagoano defende prioridade para a Proposta de Emenda à Constituição Emergencial, PEC Emergencial e para o Orçamento de 2021 antes da criação de um benefício social. Conforme calendário sugerido pelo Lira, a PEC Emergencial deve ser pautada, assim como a Reforma Administrativa, ainda no primeiro trimestre, e o Orçamento, em fevereiro. Ele deve submeter as decisões aos líderes, o que inclui a privatização da Eletrobras.
Para o deputado Lira, a Reforma Administrativa, que o mercado considera essencial para o controle de gastos, deve ser votada primeiro que a Tributária, na qual é contrário a um imposto digital.
O investidor aposta que ele destrave na Câmara projetos como os marcos do gás e do câmbio, a autonomia do Banco Central e a venda de outras estatais, como dos Correios. Outrossim, a aliança do governo com o Centrão foi feita para evitar problemas políticos e não pela pauta econômica.
Texto: Leopoldo Vieira
Edição: Guillermo Parra-Bernal e Letícia Matsuura
Arte: TC Mover

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