Nesse texto, falarei sobre a utilização do long & short straddle como estratégia de investimento com opções. Para um melhor entendimento, separamos o texto nos seguintes tópicos:
- Long & short straddle: conheça esses conceitos
- Prática: como montar um long straddle?
- Quais as vantagens e desvantagens do long straddle?
- Exemplo prático: construindo um short straddle
- Quais as vantagens e desvantagens do short straddle operação?
Boa leitura!
É iniciante? Indicamos que você leia antes de tudo um material bem completo que preparamos sobre opções.
Long & short straddle: conheça esses conceitos
O long straddle é uma operação bidirecional. Ou seja, aposta em movimentos direcionais para alta ou para a baixa, mas que necessita de grandes variações percentuais para se garantir lucro. Em outras palavras, é uma operação de compra de volatilidade em um momento de indefinição para o ativo objetivo.
Enquanto isso, o short straddle é uma operação que aposta na lateralização. Ou seja, na diminuição da volatilidade e maior estagnação dos preços para auferir lucros. Ou seja, é uma operação de venda de volatilidade.
Como montar um long straddle?
Primeiramente, é preciso destacar que os exemplos discutidos no texto são apenas para fins educacionais. Eles não caracterizam recomendação ou indicação de investimentos.
O long straddle pode ser montado através da compra de uma opção de compra (call) e a compra de uma opção de venda (put), ambas com o mesmo preço de exercício.
Por exemplo: Compra-se CIELI520 por R$0,45 e compra-se CIELU520 por R$0,40, neste exemplo, a data de vencimento é o dia 21/09 e o preço de exercício de ambas as opções é de R$5,20.
Ao comprar as duas opções o operador desembolsará os dois prêmios, R$0,85, e ficará exposto em ambas as direções.
Quais as vantagens e desvantagens do long straddle?
Vantagens
Ao montar este tipo de operação, o operador precisa ter em mente que o ativo objeto precisa se movimentar com certa velocidade. Em outras palavras, precisa cair ou subir muito, para que a desvalorização de uma ponta seja compensada por outra ponta para que o resultado seja positivo. Em cenários de indefinição e baixa volatilidade, montar um long straddle pode ser uma operação muito bem sucedida – quando a volatilidade implícita está muito baixa, ou seja, em relação à histórica, a probabilidade de um retorno à media estará a favor da operação. Montar um long straddle com a volatilidade é positivo, pois a operação teoricamente estará mais barata.
Utilizando o exemplo acima, caso as ações CIEL3, no vencimento, estejam entre R$4,20 e R$6,20, o operador não obterá lucro. Mas ao ultrapassar o valor de R$6,20, ou cair abaixo de R$4,20, o lucro começa a aparecer e poderá ser infinito, desde que a tendência de alta ou baixa se intensifique.
Desvantagens
Após um cenário de alta volatilidade, esta estratégia não costuma ser muito efetiva, principalmente após grandes eventos (onde costuma-se ter volatilidade mais elevada) ou após um grande deslocamento de preços.
Outro ponto negativo desta estratégia, é que o operador deverá desembolsar dois prêmios para montar a operação, o que pode ser bastante oneroso caso a operação não venha lograr êxito.
Como montar um short straddle?
O short straddle pode ser montado através da venda de uma opção de compra (call) e a venda de uma opção de venda (put), ambas com o mesmo preço de exercício. Por exemplo: vende-se CIELI520 por R$0,45 e vende-se CIELU520 por R$0,40, neste exemplo, a data de vencimento é o dia 21/09 e o preço de exercício de ambas as opções é de R$5,20.
Ao vender as duas opções o operador receberá os dois prêmios, R$0,85, e ficará exposto negativamente, ou seja, em risco, em ambas as direções.
Como a operação de short straddle é uma operação de venda de opções, ou seja, há um enorme risco inerente a operação, faz-se necessária a cobertura das opções vendidas com posição comprada ou caixa disponível. Por exemplo: ao vender uma call, é muito importante possuir o ativo objeto comprado, no exemplo, CIEL3, para caso as ações e as opções disparem, o lançador será exercido. Da mesma forma, no caso da venda da put, há a necessidade de ter o caixa para exercer a compra do ativo objeto, caso este caia abaixo do preço de exercício da opção.
Cabe ressaltar que esta operação é extremamente arriscada e há possibilidade de perda ilimitada caso não seja feita a cobertura e garantia das opções, por tanto, se você é um investidor iniciante ou intermediário, não é recomendável se arriscar neste tipo de operação.
Quais são as vantagens e desvantagens do short straddle?
Vantagens
Ao montar este tipo de operação, o operador precisa ter em mente que o ativo objeto precisa lateralizar. Ou seja, precisa diminuir a volatilidade do ativo objeto, para que, com o tempo, o valor extrínseco das opções seja reduzido e o prêmio recebido no ato da montagem da operação seja efetivado.
Utilizando o exemplo acima, caso as ações CIEL3, no vencimento, estejam na região de R$5,20, operador obterá ganho máximo. Mas ao ultrapassar o valor de R$5,20 para cima ou para baixo, haverá o descasamento da operação (ou a call começará a subir, ou, no caso da queda, a put começará a se valorizar), o que pode levar a perdas ilimitadas.
Desvantagens
Ao vender uma opção a descoberto, o risco de perda é ilimitado, o que demonstra uma relação de risco x retorno desfavorável, apesar da estrutura apostar num movimento de lateralização do ativo objeto. Portanto, para montar essa operação de forma mais segura, é necessário ter o ativo objeto em custódia (para fazer o lançamento da call) e ter em caixa todo o financeiro para fazer a venda da put. Isso aumentará o financeiro da operação como um todo.
Leia mais sobre estratégias com opções:
- Operações com opções: entenda a trava de baixa
- Conheça a compra de volatilidade por meio do trava-calendário
- Aprenda a montar a estratégia trava de alta

Formado em Administração de Empresas e Analista de Finanças pela FGV-Rio. Atua como contribuidor e community manager no TradersClub.