Neste texto, abordaremos um tema que causa preocupação, ou pelo menos deveria, em todo mundo que está no mercado financeiro: gestão de risco. É algo amplamente divulgado, mas que nem sempre é abordado por um ponto prático e direto para o investidor. Portanto, esse é o foco do texto que está dividido nos seguintes pontos:
- Suitability e gestão de risco: conheça os conceitos
- Volatilidade: entendendo o risco
- Gestão de risco: a teoria na prática
Boa leitura!
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Suitability e gestão de risco: conheça os conceitos
Ao fazer a conta em uma corretora ou ao tentar investir através de seu banco, todo investidor precisa fazer um teste para verificar seu perfil de investidor. Esse é o suitability. Em suma, é um teste teórico que, com algumas perguntas, mostrará se você tem um perfil conservador, moderado ou arrojado. Essa nomenclatura pode mudar de instituição para instituição.
Em seguida, com o teste feito, a instituição define em quais produtos você pode investir. Existem opções apenas para os conservadores, algumas mais arriscadas que englobam os moderados e todo o leque disponível para os arrojados.
As opções a depender do perfil normalmente levam em conta o grau de risco que carregam e a volatilidade. Por esse teste, o investidor pode se comportar como um determinado perfil e com uma determinada tolerância ao risco. Isso baseado na teoria.

Fonte: illuminate
Volatilidade: entendendo o risco
Mas qual seria esse risco ao qual o suitability se refere? Esse risco tem relação com a volatilidade do mercado ou de determinado ativo. Seria o quanto a pessoa está disposta a correr risco para que possa chegar a determinado rendimento. Isso é fundamental e protege os investidores de situações que não estão preparados para enfrentar.
A questão nisso tudo é que a definição é baseada em um conjunto de perguntas teóricas, normalmente feitas antes de qualquer investimento. Ou seja, sem que o dinheiro esteja em jogo. É importante para que o primeiro passo seja dado, mas não é, definitivamente, a melhor maneira de alguém entender de fato qual o seu perfil de investidor.
Como assim? Vamos para a prática que fica mais fácil o entendimento.
Gestão de risco: a teoria na prática
Primeiro quero deixar claro que não sou contra o suitability. Acho ele fundamental. Só acredito que não seja o melhor meio para definir exatamente o perfil de cada investidor. E isso eu explico agora.
Essa avaliação tem como poder definir o quanto você poderia suportar de risco, mas com uma base teórica. Só que é bem diferente responder as mesmas perguntas na teoria e tendo o dinheiro na prática. Uma coisa é você falar que é agressivo e aceitar correr bastante risco para ter o seu retorno. Outra, bem diferente, é você ver o seu patrimônio oscilando na tela do home broker. Até quando vai sua agressividade nesse momento?
Com isso, o que gosto de substituir como pergunta para definir o perfil é: qual percentual de seu patrimônio você aceita ver oscilando negativamente?
10%? 20%? 30%? Com base nessa resposta é que você consegue ter uma noção mais clara de seu verdadeiro perfil para a gestão de risco. É com o dinheiro em jogo que podemos ver mais detalhadamente o quanto que suportamos de oscilação, o quanto a volatilidade nos atinge diretamente.
Por isso, da próxima vez que alguém te perguntar qual o seu perfil para montar sua gestão de risco, lembre-se dessa pergunta. Fica mais fácil, além de ser mais seguro para evitar problemas maiores lá na frente.
Qual percentual de seu patrimônio você aceita ver oscilando negativamente?

Jornalista e investidor
Trabalha com educação e planejamento financeiro. Possui certificação em Gestão de Finanças Pessoais e atua no mercado financeiro brasileiro há cinco anos.