Comparando Ações, ETFs e Futuros

Como diversificar sua carteira sem escolher ações a dedo
Postado por:
Nasdaq
19/7/2024 8:00
Foto de um rapaz em frente a monitores com gráficos de cotação, buscando entender as mesmas
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Diversificar é uma ótima forma de equilibrar o risco-retorno dos seus investimentos. Mas os investidores nem sempre precisam montar um portfólio com ações escolhidas a dedo para diversificar sua carteira. O mercado norte-americano possui ETFs e Futuros (e fundos mútuos) que permitem aos investidores se beneficiarem dos retornos das ações.

Particularidades de cada investimento:

  • Ações exigem um alto volume de negociações e maior controle de fluxo de caixa por conta do pagamento de dividendos e da volatilidade dos índices, mas existem infinitas formas de dosar o seu peso dentro de um portfólio.
  • Os ETFs cobram taxas de administração e geralmente são menos negociados do que as ações que o compõem. Além disso, com uma variedade de mais de 2.000 ETFs, você pode se expor a diferentes classes de ativos, países, setores, estilos e até teses de investimento em um único trade, sem contar, muitas vezes, com spreads bem reduzidos.
  • Já os Futuros exigem a rolagem de contratos à medida que os mesmos expiram a cada trimestre e têm o menor número de opções para a construção de carteiras, com negociações restritas principalmente a ações atreladas aos grandes índices de mercado como S&P500, Nasdaq-100 e Russell 2000. No entanto, eles são mais baratos de operar e possuem alta liquidez.

Todas opções apresentam o seu próprio custo-benefício. Pesar a decisão sobre qual escolher é o que um gestor de portfólio fará sempre que houver caixa disponível para investir.

Comparativo de Operações de Ações vs. ETFs vs. Futuros

Aqui nos concentraremos em duas coisas que os traders costumam observar antes de negociar: spread e liquidez.

  • Os spreads refletem os custos de fazer uma negociação. Spreads mais amplos significam custos de transação mais elevados.
  • Mais liquidez significa que é possível fazer investimentos maiores de uma só vez, frequentemente por um custo menor.

Os dados estão resumidos na Tabela 1 abaixo.

Tabela 1: Comparação de spreads e liquidez de Ações, Futuros e ETFs

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Os dados acima mostram que os Futuros e os ETFs têm spreads reduzidos. No total, os contratos Futuros são negociados em maior volume do que os mercados de Ações e ETF juntos. Apenas para dar um exemplo, um grupo de E-mini e Micro E-mini contratos Futuros negociou sozinho cerca de US$ 628 bilhões por dia durante o primeiro trimestre de 2021.

A liquidez diária dos contratos Futuros também é muito maior do que a dos ETFs, mas como detalhamos abaixo, as funções de criação e resgate dos ETFs significam que os ETFs podem (e muitas vezes o fazem) absorver grandes transações. Para os ETFs, a “liquidez de tela” é apenas metade da história.

Para os investidores, há um debate ativo sobre se os ETFs ou os Futuros são realmente opções mais baratas de operar. O fato de os Futuros serem alavancados e precisarem ser rolados com frequência geralmente faz deles opções mais adequadas aos investidores institucionais, enquanto a simplicidade de comprar e manter um ETF funciona melhor para o investidor pessoa física.

Em última análise, o fato de as ações terem maior flexibilidade e boa liquidez compensa o peso maior do spread na performance da carteira – especialmente para aqueles que buscam superar o índice.

Para os traders, muitas vezes é estabelecida uma relação de troca.

Custo de spread em Ações costuma ser maior, enquanto o dos ETFs é menor

Quando comparamos os spreads de compra/venda, vemos que a compra de ações atreladas a índices normalmente envolve spreads muito maiores do que trades de ETFs ou contratos Futuros (Gráfico 1). Em média, os spreads de ações são 10 vezes maiores que os spreads negociados em ETFs e Futuros populares.

Por exemplo, o custo do spread das empresas atreladas ao Russell 2000 (Small Caps) é de aproximadamente 33 pontos base (bps), enquanto uma cesta de ETFs com a mesma composição custaria menos de 1 ponto base e 1.4 em contratos Futuros. Vemos resultados semelhantes para os índices Nasdaq-100 e S&P 500.  

Isto apoia outra tese que sugere que a maior parte da negociação de futuros e ETFs NÃO provoca a ocorrência de arbitragem de ações, uma vez que não seria lucrativo cruzar os spreads de ações para um aumento nos Futuros ou ETFs.

Surpreendentemente, considerando a menor liquidez dos ETFs (veja abaixo), vemos que os ETFs tem o spread mais barato. Isso ocorre porque muitos mercados futuros estabeleceram spreads fixos, de modo que os contratos são limitados por ticks. Por exemplo, os spreads nos e-minis S&P 500 são negociados em torno de um tick, o que significa que o spread de 0,67bps é o mais barato que esses futuros podem obter aos preços atuais. Mesmo os futuros do Russell 2000 são negociados em torno de três ticks, ou 1,4bps, o que representa cerca do dobro do custo do spread do ETF.

Gráfico 1: Média de Spreads para cada tipo de produto

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Ações têm MUITA liquidez

Os dados sobre spreads fazem as ações parecerem mais caras. Entretanto, a liquidez conta uma história diferente. Se incluirmos todas as empresas listadas nas bolsas norte-americanas, as ações são negociadas em torno de $475 bilhões por dia.

Os Futuros também são tem uma incrível liquidez, com os e-minis contratos do S&P500 sendo negociados em torno de $353 bilhões por dia, muito mais do que as ações do S&P 500, que juntas negociam “apenas” $26 bilhões por dia.

Em contraste, o ETF mais líquido dos EUA é o SPY, que negocia em média “apenas” $32 bilhões por dia. No entanto, isso também a torna a ação mais líquida do mercado, com mais liquidez do que AAPL ou AMZN com seus 2 trilhões de valor de mercado.

O QQQ, que reproduz o Nasdaq-100, é o segundo ETF mais líquido dos EUA, sendo negociado US$ 16 bilhões por dia. O IWM, que representa cerca de 2.000 papéis de small apps, é o terceiro ETF de maior liquidez dos EUA, sendo negociado na casa de US$ 7 bilhões por dia.

Observe que esta análise exclui mais de 2.000 outros ETFs, alguns deles com a oportunidades de entregar alfa a um portfólio pessoal. Também estamos excluindo a liquidez de outros ETFs que acompanham os índices da Tabela 1. Por exemplo, IVV, VOO e SPLG adicionam outros US$ 3,3 bilhões em liquidez devido aos ETFs S&P 500.

Só porque os ETFs parecem menos líquidos não significa que o sejam. Graças ao mecanismo de criação e resgate de ETFs, estudos mostram que negociações muito grandes em ETFs ainda são possíveis e acontecem com frequência. No entanto, quando o fazem, é provável que o ETF seja negociado mais próximo do preço mais distante de derivativos (oferta de compra), anulando algumas das aparentes vantagens de custo do ETF.

Gráfico 2: Relação entre Liquidez e Exposição ao Índice por tipo de ativo

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A liquidez das ações não é ponderada pelo Índice

Outro detalhe ao comparar a liquidez, conforme o Gráfico 2, é que nem todas as ações são igualmente líquidas. Na verdade, quando observamos a proporção de negociações da ação comparada com a sua expressão no índice, descobrimos que as ações especialmente líquidas desviam a liquidez da cesta em comparação com o índice.

Isto dificulta a compra de uma cesta de ações que reflita o índice, uma vez que as ações menos líquidas limitarão a liquidez real de uma carteira composta dessa forma quando comparado com as exposições e retornos de ETF e de Futuros.

Gráfico 3: Comparativo de Liquidez vs. Peso das ações no Índice Nasdaq-100

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Conclusão

As diferenças entre ações, ETFs e futuros não se limitam à liquidez e aos spreads, há custos de rolagem e de manutenção que também precisam ser considerados.

Mas mesmo quando olhamos apenas para os fatores de negociação, vemos que os ETF, as ações e os futuros oferecem custos e benefícios muito diferentes.

Escrito originalmente por Robert Jankiewicz, especialista em pesquisa econômica da Nasdaq, no blog da Nasdaq.

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